Entrar em um hospital e dar de cara com um robô no futuro não será nenhuma surpresa. Muito menos falar com o médico por meio de sistema online sem perder tempo na sala de espera. Ou fazer um cadastro usando um totem, a exemplo do que ocorre nos aeroportos. Essas são algumas soluções que deverão estar presentes nos hospitais do futuro como aponta o consultor Marcelo Boeger, coordenador científico da Hospitalar, principal evento de conexão e desenvolvimento do setor da Saúde na América Latina. “Certas iniciativas já estão em funcionamento ou mesmo em fase de teste em alguns hospitais de ponta, mas não são muito comuns”, explica Boeger.
Segundo ele, a pandemia acelerou a implementação de diversos projetos que antes eram incipientes ou encontravam resistência, seja do ponto de vista da regulação ou dos profissionais do setor. É o caso da telemedicina, que mostrou sua eficácia para evitar a transmissão do novo coronavírus, devendo agora e cada vez mais, fazer parte do dia-a-dia do setor.
O conceito do hospital sem paredes também passou a ser uma premissa, após a crise sanitária. O método construtivo criado a partir deste conceito permite mudar quartos em unidades de terapia intensiva (UTIs), enfermarias em quartos, salas de espera em unidades.
A renovação hospitalar passar também pela tecnologia. Na pandemia, robôs foram usados para descontaminar alas usando raios ultravioletas do tipo C. Carrinhos robôs autônomos – que fazem o transporte vertical para coleta de resíduos, enxoval sujo e transportam carrinhos de alimentos e distribuem roupas limpas nos andares – estão consolidados há pelo menos dez anos em diversos países, racionalizando processos e reduzindo custos.
Já estão em testes sistemas que permitem à equipe médica conversar com o familiar, de forma remota, para fornecer informações do paciente em UTI. Esses sistemas foram desenvolvidos por startups que surgiram durante a pandemia. Assim, a pessoa obtém informações de forma mais ágil, pode tirar suas dúvidas, com uma série de benefícios agregados, dando privacidade ao número de celular dos profissionais e criando um prontuário afetivo, onde o familiar pode oferecer informações sociais e pessoais sobre suas preferências, receios e desejos.
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