A ideia de abrir operação em outro País não é uma coisa nova na Buysoft, uma das maiores empresas de licenciamento de software e soluções em TI do Brasil e a mais jovem a marcar presença na lista das 500 empresas que mais crescem nas Américas do Financial Times. Afinal, para cumprir a sua visão de ser uma gigante global de tecnologia, é preciso em algum momento dar início ao processo de internacionalização.
Pode parecer uma visão um tanto exagerada, mas a história da Buysoft é feita de superlativos altamente improváveis. A empresa nasceu em um cômodo da casa de seu CEO e fundador, Clemilson Correia, e alcançou seu primeiro milhão em faturamento com apenas um ano de existência. Em 11 anos de existência atendeu mais de 20 mil clientes e só em 2020 faturou R$ 43,6 milhões, com um aumento de 15,8% em rentabilidade em relação ao ano anterior.
Durante esses 11 anos a empresa se reinventou várias vezes e evoluiu de uma revenda de licenças de software para uma empresa de consultoria estratégica, oferecendo serviço especializado, capacitação, implantação e suporte técnico.
Mas para Clemilson, a “maior disrupção da Buysoft enquanto empresa foi focar na pessoa. Vivemos no universo da tecnologia, mas as pessoas são o nosso foco. Nós entregamos tecnologia e serviço transformacional, que causa uma transformação na operação de negócios dos clientes, gerando uma economia sem precedentes”.
O executivo garante que os negócios estão em franca expansão. “O Brasil é uma país repleto de oportunidades. O mercado de tecnologia, comparado a grandes centros de primeiro mundo, ainda está engatinhando. Há muito o que fazer. Muitas empresas ainda usam o computador como se fosse uma calculadora, auxiliando os negócios. Mas é possível fazer mais e essa é a missão da Buysoft. Aproveitar essa demanda do mercado e ajudar as empresas a se transformarem através do uso da tecnologia”.
“A pandemia foi uma grande catalizadora de negócios e encorajou as empresas a evoluírem em todos os aspectos. E elas entenderam que a tecnologia pode não só auxiliar, mas ser disruptiva. Que ela melhora a eficiência de processo e o resultado do negócio. É isso que a Buysoft tem tentado proporcionar e, graças a Deus, nós continuamos em um fator de crescimento acima de 30% em 2021”, explica Clemilson.
Primeira parada, Colômbia
“No próximo mês estamos fazendo 11 anos. Revisamos nossa estratégia para os próximos 10 anos e entre as nossas estratégias está à expansão geográfica. E entendemos que o modelo de expansão melhor é entre os nossos vizinhos. Não se pode simplesmente pegar uma empresa de sucesso de um país e desembarcar ela nos mesmos moldes que ela teve sucesso no país de origem. É preciso passar por uma adequação. E nós temos esse interesse, estamos estudando muito com o auxílio de empresas de consultoria de dados. Estamos muito fortes com o pensamento de expansão para a América Latina e temos a certeza de que nos próximos 10 anos teremos a nossa posição consolidada em diversos países além do Brasil”, projeta Clemilson.
A Colômbia é o país que tem a segunda maior população da América do Sul, andando atrás somente do Brasil, também é o terceiro país mais populoso de língua espanhola, ficando atrás do México e Espanha. É um país etnicamente muito diverso e nisso talvez tenha alguma semelhança com o Brasil, bem como do ponto de vista da economia, apesar de toda desigualdade que existe no país, ele tem a quarta maior economia da América Latina. Todo esse cenário faz dele um país estratégico para qualquer empresa pensando em ampliar os negócios na América Latina.
“Já tínhamos essa expansão em nossa estratégia, mas existe uma demanda muito forte da Autodesk na Colômbia, sobretudo ligadas ao setor de arquitetura, engenharia e construção civil. E foi justamente essa parceria com a Autodesk, uma gigante global de tecnologia, que nos permitiu enxergar essa demanda local do mercado colombiano e entender se tratar de uma oportunidade incrível para a Buysoft estabelecer uma base no país”, garante o executivo.
Investimentos
A ideia de Clemilson é começar com um time bem enxuto e utilizar a própria estrutura da Buysoft no Brasil para apoiar nas questões operacionais e financeiras. Assim, a base da empresa no Brasil, como uma matriz global, apoiará na análise de crédito, aprovações de pedidos, entregas de licença e serviço. O diretor de serviços ficará no Brasil em contato contínuo com a equipe da Colômbia, já que o executivo tem planos de contratar um time local de colombianos com vendedores e técnicos.
A questão da pandemia ajudou muito nessa questão. Com os colaboradores trabalhando de home office, a maioria das empresas percebeu que estar no Brasil, na Colômbia ou em qualquer lugar do mundo é a mesma coisa. O executivo estima que o investimento inicial para iniciar as operações na Colômbia será de cerca de R$ 2 milhões ao longo dos próximos meses, sobretudo em marketing de pessoas para a contratação da equipe colombiana e para a estrutura física, bem como para a contratação de mais pessoas no Brasil para dar o apoio necessário.
Clemilson reconhece que cada país tem seus desafios e que não se deve subestimar as diferenças e peculiaridades culturais, bem como as questões ligadas às regulações, leis e regras locais, entre outras. O executivo planeja utilizar essa mesma estrutura que será implantada na Colômbia, que será a base para a formação de um conjunto de aprendizados, para conseguir instalar a empresa em qualquer outro país da América Latina e garante já ter uma relação de pelo menos outros quatro países onde desejam fazer negócios ao longo dos próximos 10 anos.
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