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Inteligência Artificial deve potencializar os benefícios do 5G

O avanço na implantação da tecnologia 5G (quinta geração de internet móvel, sucessora do 4G) no Brasil tende a abrir um horizonte de possibilidades não apenas para os clientes das operadoras de telecom, mas também no que se refere a aplicações de análise de dados e Inteligência Artificial.

Os impactos diretos da adoção do 5G dizem respeito à melhoria de fatores como velocidade, latência e estabilidade das conexões de dados. As velocidades de conexão tendem a superar a marca de 1Gbps (gigabits por segundo), podendo chegar a 10Gbps, ou seja, 100 vezes mais rápida que uma conexão média de 4G. Além disso, a latência, ou tempo de deslocamento do dado do aparelho até um servidor de internet, tende a cair cerca de 10 vezes, reduzindo dramaticamente o delay (atraso) em transmissões de video, áudio ou de arquivos em geral.

No que se refere a benefícios para o cliente final, o 5G trará muito mais comodidade no consumo de tecnologias imersivas, como realidade aumentada, assim como conteúdos de video em altíssima resolução e com excelente desempenho na transmissão. Logicamente, é razoável imaginar que o avanço e popularização do 5G (em termos de disponibilidade e preço) pode também canibalizar as ofertas de banda larga e fibra, hoje em franca expansão. No entanto, no frigir dos ovos, a tendência é que o cliente tenha um cardápio mais variado de opções para consumir conteúdo sem se preocupar com desempenho.

Contudo, os benefícios do 5G não se limitam a questões de entretenimento. Muitas aplicações já existentes, como telemedicina, cirurgias à distância e uso comercial de drones, terão amplo potencial de expansão. Por conta dos baixíssimos níveis de latência na transmissão, o tráfego de grandes volumes de dados entre quaisquer tipos de aparelhos (celulares, relógios inteligentes, drones, computadores, implementos agrícolas, etc.) e a internet tende a ser brutalmente ampliado, popularizando ainda mais todo e qualquer tipo de aplicação associada à IoT (internet das coisas).

Muitos especialistas também preveem um crescimento importante em aplicações que associam a conexão entre máquinas. Por exemplo, em um processo de monitoramento de plantações, drones poderão capturar dados e compartilhá-los entre si, incrementando processos autônomos de decisão, favorecidos por sofisticados sistemas de Inteligência Artificial.

Da mesma forma, sinais de trânsito poderão ser mais inteligentes e eficientes, não apenas transmitindo dados em tempo real sobre o tráfego de cada região, como também alimentando complexos sistemas de aprendizado de máquina que poderão gerir estratégias de melhoria de tráfego e redução de acidentes. Aplicações como essas e muitas outras tornarão mais popular os processos de monitoramento e tomada de decisão em tempo real, atribuindo ainda mais importância às tecnologias associadas a plataformas de decisão que ingerem dados (estruturados e não estruturados) de diversas fontes, orquestram esses dados e consomem modelos de aprendizado de máquina – além de combinar todos esses elementos para a geração, execução, monitoramento e retroalimentação de estratégias em tempo real.

No entanto, para que tudo isso seja possível, as operadoras de telecomunicações deverão aumentar sensivelmente os investimentos em infraestrutura, já que o alcance das antenas de 5G possuem uma capacidade menor de cobertura, exigindo, portanto, uma quantidade maior de equipamentos para atingir a mesma área que, hoje, são cobertas pelo 4G. Assim, cada vez mais, a inteligência artificial poderá contribuir para a melhoria significativa dos processos de decisão em todas as áreas de conhecimento em que estratégias sejam baseadas em dados.

Por Marcelo Fernandes, gerente de Desenvolvimento de Negócios em Telecom, Seguros e Otimização da Fico América Latina.

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