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Databoi desenvolve algoritmo que identifica a digital única do gado por uma foto de celular

Com 93% de acurácia, o melhor resultado do mercado, a startup é pioneira no serviço de biometria animal

Databoi desenvolve algoritmo que identifica a digital única do gado por uma foto de celular

A presença da tecnologia em propriedades rurais é fundamental, já que segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil é o maior produtor de bovinos do mundo. Apesar disso, hoje não existe nenhum método ou banco de dados que possa afirmar, com precisão, quantos bois existem no País ou, até mesmo, em uma propriedade rural. Com base neste problema, o Databoi buscou uma solução totalmente digital, escalável e barata para o setor pecuário.

A startup brasileira, criada em 2019, tem como objetivo rastrear e monitorar toda a cadeia da pecuária bovina, visto que a falta de rastreamento provoca uma série de problemas para os pecuaristas, seguradoras, bancos e frigoríficos. Além disso, não é possível punir os fazendeiros que estão fora das normas ambientais.

Além de identificar a impressão do gado, a imagem traz o ponto de geolocalização para que haja um controle ambiental  

A criação do Databoi se enquadra com o levantamento feito em 2018 pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) que mostra que 61% dos produtores rurais têm acesso à internet, 96% possuem celular e 61% usam smartphones. Em paralelo, a pandemia acelerou ainda mais o processo de transformação digital do campo. Somado a isso, novas gerações estão assumindo as propriedades rurais e são mais propensas a utilizar a tecnologia.

A agritech fez pesquisas e um desenvolvimento com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD). Em conjunto, ambos descobriram que o focinho é a impressão digital do boi, ou seja, tem características morfológicas singulares que se mantêm inalteradas durante todo o ciclo de vida do boi. Dessa forma, criaram um algoritmo de inteligência artificial apto a formar uma identidade única e permanente do animal usando uma fotografia do celular.

Além de identificar a impressão do gado, a imagem traz o ponto de geolocalização para que haja um controle ambiental. Assim, ocorre um cruzamento de dados de georeferenciamento, com fontes públicas e privadas, para assegurar o cumprimento das normas ambientais das propriedades que utilizam o Databoi. Para assegurar a transparência e imutabilidade dos dados, todas as informações geradas na plataforma são salvas em Blockchain.

Hoje, o rastreamento é feito com brincos, chips e marcação a ferro, e o animal pode trocar três vezes de proprietário até o abate. Como a plataforma identifica o boi por características intrínsecas ao animal, isso evita o risco de fraudes, perdas de brincos e chips. “Pensamos em uma maneira de resolver o problema de forma totalmente digital, identificar o boi sem a necessidade de uma logística complexa, sem que algo possa se perder ou quebrar, e a solução foi uma foto”, explica o CEO e fundador Floriano Varejão.

O Databoi é o método mais acessível financeiramente, pois não cobra nada ao pecuarista no processo de digitalização. E também oferece dados de melhor qualidade, maior agilidade, menores custos que auditorias presenciais e um aplicativo que possibilita digitalizar os animais e ter um controle remoto das propriedades.

Passa a ser uma revolução também para os negócios. Para os bancos e as seguradoras, a plataforma facilita o processo de vistoria de propriedades rurais para monitorar tanto rebanhos segurados quanto rebanhos usados como garantias em financiamentos rurais. E para os frigoríficos há a segurança na compra de gados rastreados e fazendas livres de desmatamentos.

A ideia de criar uma plataforma digital, utilizando a Inteligência Artificial, surgiu de Floriano Varejão – criador de gado no sul da Bahia e referência em gado de corte e no mercado de frigoríficos – em conversa com Herman Bessler – fundador do grupo Templo.cc -, que se juntaram a Gustavo Joppert – sócio e CCO do Templo.cc -, e Felipe Cabral – cientista de dados.

O grupo tem novas iniciativas para o Databoi ainda este ano, a fim de assegurar mais eficiência aos clientes. “No futuro não queremos apenas identificar o animal e de onde veio, mas criar um conjunto de certificações para mostrar que aquela carne tem a melhor qualidade, o que vai facilitar para os frigoríficos e para os fazendeiros”, complementa Floriano.

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