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Principais Universidades Federais de Minas se rendem à energia solar

No estado, usinas fotovoltaicas vão gerar além da economia, desenvolvimento acadêmico para os alunos

Principais Universidades Federais de Minas se rendem à energia solar

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a de Viçosa (UFV) vão receber, até o fim do primeiro semestre de 2021, a conclusão da instalação de usinas fotovoltaicas para o abastecimento de suas unidades. As mudanças vão representar uma economia de quase meio milhão de reais por ano aos cofres públicos, além da contribuição para o desenvolvimento acadêmico dos alunos.

Instalada no telhado do Centro de Atividade Didática (CAD) do campus Pampulha, a usina da UFMG ocupará uma área total de 2.015m2 com quase 700 módulos de captação de energia solar. De acordo com o professor titular de engenharia elétrica da UFMG, Braz de Jesus, a instalação terá 278 kWp de potência, sendo capaz de suprir o consumo total dos três prédios do CAD, além de injetar a geração excedente na rede para o abatimento do consumo em outros prédios da universidade.

Estamos transformando o campus da Pampulha em um grande laboratório e, a cada dia, avançamos mais no desenvolvimento de uma minirrede de energia  

Além da economia, Braz explica que o projeto integra uma força tarefa da instituição em prol do desenvolvimento acadêmico. “Estamos transformando o campus da Pampulha em um grande laboratório e, a cada dia, avançamos mais no desenvolvimento de uma minirrede de energia. Esse tópico, inclusive, é discutido atualmente pelo mundo inteiro”, revela. De acordo com ele, a formação dessa minirrede compreende pequenas unidades geradoras de energia espalhadas em grandes quantidades, ao contrário do modelo mais tradicional das geradoras centralizadas, que geram muita energia em poucas localidades, como nos casos das usinas de Itaipu e Três Marias, por exemplo. “Essas minirredes podem ser utilizadas pela concessionária de energia, no nosso caso pela Cemig, ajudando a suprir o consumo de instalações vizinhas, na estabilização da tensão no sistema, e passa a ser vista pela concessionária não apenas como uma unidade consumidora, mas também geradora e com capacidade de auxiliá-la”, explica.

Do ponto de vista dos alunos, o projeto contribui como fonte de pesquisa para os graduandos, pós-graduandos, mestrandos, doutorandos e até os estagiários, todos ligados diretamente ao projeto. “Vai muito além da redução de gastos com a energia. Isso nos ajuda a servir como vitrine para outras instituições que queiram caminhar na direção de uma operação mais flexível do que observamos hoje com o nosso padrão de consumo direto da concessionária. Esse desenvolvimento coloca a universidade em um patamar nacional e internacional de muita visibilidade”, orgulha-se Braz.

Responsável pela elaboração do projeto por meio da Ownergy Solar, à frente do desenvolvimento e da implantação das usinas nas universidades, o engenheiro eletricista Patrick Lüdtke revela um sabor especial nessa parceria. “Eu me formei na UFMG. É uma instituição que respeito e admiro muito. Poder desenvolver um projeto que entrega uma fonte de energia limpa, sustentável, econômica, e que viabiliza mais conhecimento aos alunos, tem sido uma honra enorme para mim”, declara.

Na UFV, o projeto integra o plano de eficiência energética da universidade que foi dividido em etapas. A primeira delas, que será entregue até o fim deste mês, também foi desenvolvida pela Ownergy e estará presente nos três campi da universidade, localizados nas cidades de Florestal, Rio Paranaíba e em parte do campus principal, em Viçosa. Juntas, as usinas vão contar com 1.600 módulos de captação espalhados em uma área de quase 7.000m2. “A potência total instalada nas unidades da UFV irá alcançar 660 kWp, o suficiente para abastecer, aproximadamente, 450 residências com consumo médio de R$ 170 mensais com energia elétrica”, compara Leandro Maia, diretor de gestão integrada da Ownergy Solar.

A utilização da energia solar nas universidades vai muito além da economia, contribui para o meio ambiente, reduzindo a emissão de CO2 e o impacto ambiental na sua construção, além de viabilizar a ampliação do conhecimento no segmento que, em até 20 anos, deve se tornar o sistema de geração mais utilizado no mundo.

 

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