Dizia um velho sábio que ao subir numa montanha é possível observar uma cidade inteira, compreender melhor de tudo o que acontece, quais são as entradas, as saídas, as ruas principais. O Google, por exemplo, tem tecnologia para isso.
Em 2017, “subimos” uma montanha para olhar do alto como estava a situação da educação brasileira. De forma muito particular, observamos as escolas, as salas de aula. A partir disso, pensamos em como ajudar a construir a educação no futuro no Brasil, e como poderia ser mais fluida e qual a função da tecnologia neste contexto.
Enxergamos um gap dentro das salas de aula – e fora delas também. Observamos a tecnologia em sala de aula – e porque não dizer, na casa de cada aluno, seus familiares e professores. Vimos um cenário caótico, onde cada um utilizava de forma particularizada a internet, os aplicativos, as redes sociais, as plataformas. Não existia um padrão de conexão, e o próprio tipo de aparelho de celular de cada usuário impossibilitava uma integração melhor.
Desde o início pensamos em como integrar escolas, professores, alunos, pais, comunidade. Como implantar gamificação – leia-se, jogos digitais para a aprendizagem e avaliação. Como inserir a tecnologia de forma ampla e segura, para fazer essa integração de comunicação, com engajamento, ensino e aprendizagem.
Começamos a desenvolver aplicativos. Nossa primeira ação foi criar agendas digitais para as escolas, pois precisávamos melhorar a comunicação com a família. O aplicativo era uma porta de entrada mais palpável porque também possibilitava engajar, ao mesmo tempo, alunos e professores. O desafio passou a ser a evolução do produto.
Partimos para a segunda fase do nosso produto: o B2B2C, voltado para pais e responsáveis. Em parceria com um fornecedor que permitia acesso a livros, conseguimos avançar o produto e a integração. Mas ainda precisávamos entregar mais.
No início da terceira fase, tudo ainda era muito conflitante às vésperas de 2020. Tecnologia não é um interruptor que acende ou apaga a luz. É preciso pensar todos os detalhes da arquitetura e do desenvolvimento do produto.
Apesar dos conflitos, esta fase gerou também uma nova energia: se seria difícil gerar impacto em um futuro próximo, por outro tudo indicava que estávamos no caminho certo.
O que angustiava na época era pensar que estávamos muito à frente do nosso tempo. Para entender o dilema, primeiro é preciso visualizar todo esse processo. Imagine que a educação – no Brasil e em diversos países — ainda se alimenta de uma mentalidade arcaica, um sistema educacional que parou no século 19. Para quem não está familiarizado com o ecossistema educacional saiba que ainda educamos com um modelo muito lento e manual. Sim, a mesma estrutura que você encontrou em sala de aula quando era criança ainda está presente nas salas de aula de muitas escolas em pleno século XXI!
É a tecnologia, Senhoras e Senhores!
No início dos anos 1990, George Bush (pai) tinha 90% de aprovação, mas viu seu apoio popular desaparecer rapidamente após ordenar a invasão ao Iraque. Nas eleições de 1992, Bill Clinton, que concorria à Presidência dos Estados Unidos contra Bush, queria criticar e se manifestar contra a Guerra do Golfo. Mas o foco não era esse. Foi então que o estrategista político de Clinton, James Carville, mostrou o ponto fraco do governo Buch e o verdadeiro motivo da insatisfação dos americanos: “É a economia, estúpido!”.
No sistema educacional nem sempre é fácil acertar a estratégia. Mas, felizmente, descobrimos que estávamos na direção certa, focados e com um ponto forte a nosso favor: É a tecnologia!
No início do ano letivo de 2020, quando foi decretada a pandemia da Covid-19, as escolas tiveram que se adaptar rapidamente. A tecnologia foi implantada além de suas fronteiras habituais. Foi impactante porque era preciso fazer a atualização de dados, de sistemas, desenvolver aplicativos e ferramentas para manter a educação – e as escolas – funcionando.
Várias foram as dificuldades para essa adaptação repentina. Entre delas, dar acesso de forma simplificada para todos os usuários. Difícil, porque todos acessavam as plataformas, sistemas e redes sociais com diferentes logins. Dá para imaginar o caos!
Com a exigência de uma “conexão” universal, desde o uso do e-mail até as ferramentas mais simples, como redes sociais, com as quais estamos familiarizados e nas quais passamos boa parte do nosso tempo, era preciso agilidade no processo.
Foi neste contexto para conquistar o engajamento dos usuários que nos encaixamos ao unificar experiências, logins, interfaces, aplicações dentro do ecossistema educacional inteiro. Tudo isso para se comunicar, ensinar, aprender e avaliar cada ente da educação –alunos, pais, professores, coordenadores, diretores, mantenedores e a própria comunidade escolar.
Para chegar a essa unificação, foi preciso pensar e olhar para os desenvolvedores. Não bastava resolver as complexidades técnicas, até porque os desenvolvedores conhecem profundamente tecnologia, programação, etc. Mas, muito vezes, é preciso compreender o sistema educacional e pedagógico.
O caminho das pedras
Para checar à terceira fase, que chamamos de “Conexões”, trabalhamos desde 2018 para oferecer ao usuário um modelo unificado, com todas as necessidades incluídas e tudo funcionando em tempo real.
Foi assim que chegamos ao Super App, criado para ser implementado não apenas pela Layers Education, mas pelos sistemas de gestão das escolas e por outras Edtechs. Abrimos as portas para que os desenvolvedores em geral pudessem integrar produtos e serviços de terceiros. Esse é o princípio holístico do nosso Super App.
Para isso, desenvolvimentos um framework de maneira simples para as EdTechcs – as chamadas Startups da Educação. Permitimos que tudo seja implantado e integrado individualmente e incorporado dentro do Super App. E melhor: com custos reduzidos.
O caminho das pedras exigiu “subir” na montanha do mundo da educação novamente e observar as Edtechs, que talvez tivessem propostas similares a nossa. Não encontramos nada parecido. A Layers Education é a única no Brasil que consegue unificar a experiência dos usuários, como uma espécie “Hub”, com um Super App, um marketing Place.
Para simplificar e unificar tudo no nosso Super App, a neutralidade da rede foi a base essencial e o diferencial encontrado para o desenvolvimento do produto. Além da robustez, segurança e confiabilidade do Super App, a neutralidade permitiu chegar à um produto final escalável.
Depois de vários anos e análise de todos os aspectos inerentes à tecnologia e à educação, conseguimos um resultado satisfatório, que engaja e conecta todos os clientes, desde EdTechs até alunos, pais, professores, gestores, coordenadores, mantenedoras, escolas, sistemas de ensino, universidades.
Por Ivan Seidel, Layers Education
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