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Presença da mulher na Tecnologia aumenta, mas iniciativas ainda são necessárias

A comemoração do Dia Internacional da Mulher tem trazido cada vez mais reflexões sobre seu significado. Pensamos no papel das mulheres na sociedade, no mercado de trabalho e nas barreiras já superadas. O setor de tecnologia, por exemplo, é um dos locais em a presença feminina tem crescido e conquistado mais espaços. Observo que carreiras nesta área atualmente não são mais consideradas exclusivamente masculinas e que os pais estão apoiando as filhas que querem segui-las. Há mais mulheres capacitadas no mercado e isso é muito bom. O Brasil hoje vive um déficit de profissionais qualificados no setor tecnológico, especialmente programadores, e a entrada de mulheres na área supre a falta de mão de obra e ao mesmo tempo, traz diversidade para o setor.

Porém, mesmo com novas iniciativas na área da tecnologia voltadas para a capacitação feminina, as mulheres ainda não chegaram de forma robusta ao mercado de trabalho. Esse esforço deve trazer resultados no futuro e mostrar a importância de projetos que promovam essa nova geração de programadoras, engenheiras e outras especialistas. Destaco ainda que é uma chance importante para que o setor público se envolva mais, para oferecer oportunidades a meninas e mulheres que poderão ocupar cargos em vários setores da economia. Mas é necessário agir desde já para incluir na força de trabalho a geração atual.

Ao longo da minha carreira, sempre me eduquei sobre diversidade nas empresas em que trabalhei e hoje vejo que nosso time na ServiceNow está atingindo uma performance acima da média graças a iniciativas de inclusão. Desde que cheguei à companhia, me esforcei para que a empresa atingisse um equilíbrio entre os números de homens e mulheres, uma vez que para construir empresas mais diversas, precisamos de profissionais diversos. Devemos capacitar lideranças e times de RH para que possam buscar mulheres para as vagas para garantir a inclusão e a diversidade no setor de tecnologia.

Nós já percebemos que iniciativas de diversidade e inclusão trazem bons resultados, inclusive financeiros. No Brasil, especialmente, soluções simples como buscar candidatas mulheres de forma ativa para nossas vagas, pois observei que, em muitos casos, o networking de homens se restringia a outros homens. Ao buscar candidatas, notamos que mulheres se julgam de maneira rigorosa e, às vezes, deixam de se candidatar por insegurança, pois acreditam não cumprir os requisitos da vaga. É papel ainda dos gestores e do RH levar em conta e entender que mulheres e homens possuem demandas diferentes: ela não abrirá mão da carreira por causa da família, mas a possibilidade de home office e horários flexíveis serão necessários junto do mais importante, empatia. Desconstruir preconceitos enraizados, muitas vezes de maneira inconsciente, e que em alguns casos, aplicados como forma de proteção a uma profissional são reflexos e podem ser prejudiciais.

Outra medida importante se refere à questão salarial. Ao perguntar o salário atual ou anterior para uma candidata ou candidato, corremos o risco de perpetuar uma disparidade salarial que atinge mulheres no mundo todo. São medidas que parecem simples, mas percebo que se oferecermos um salário específico para cada cargo independentemente do valor que o candidato ou candidata recebia antes, nós interrompemos uma lógica de disparidade salarial entre gêneros que afeta a maior parte dos mercados.

Muitos obstáculos e desafios já foram superados pelas mulheres, que certamente vão assumir posições cada vez mais importantes e de liderança no mercado de tecnologia e em outros setores, mas ainda existe um longo caminho a ser trilhado, tanto no nosso país quanto nas empresas. Diversidade e inclusão são pautas importantes que precisam ser levadas a sério e abordadas não apenas proativamente, mas também com soluções produtivas para construirmos as empresas e a sociedade que queremos para as próximas gerações.

Por Por Katia Ortiz, diretora-geral da ServiceNow.

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