A conexão de internet via satélite, que chega a locais fixos com pouco ou nenhum acesso, agora, poderá ser utilizada em veículos como ambulâncias, viaturas e embarcações, abrindo um enorme leque de possibilidades, desde o combate a incêndios à repressão do tráfico de drogas. A tecnologia, inédita no Brasil, foi apresentada nesta terça-feira (23/2) ao ministro das Comunicações, Fábio Faria, em Brasília (DF).
Assim como ocorre com os quase 13 mil pontos do Wi-Fi Brasil espalhados por todo o País, a nova solução permite uma velocidade de conexão de até 20 mega de velocidade, o suficiente para envio e recebimento de arquivos e mesmo chamadas de vídeo. O dispositivo possui uma série de aplicações práticas para órgãos de segurança pública, saúde e defesa civil, entre outros. Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) poderá saber durante o trajeto, independentemente de haver ou não sinal de telefonia ou dados móveis, qual é o hospital mais próximo ou mesmo atualizar a equipe médica sobre o estado do paciente, por exemplo.
“Nós temos no Brasil um deserto digital. Em torno de 20% da população brasileira não tem internet. E isso representa muito mais do que vários países da Europa. São mais de 45 milhões de brasileiros. A maioria dessas pessoas está nas regiões Norte e Nordeste. Enquanto a gente não consegue levar internet fixa e fibra ótica para todas as localidades, quem tem conectado todo o Brasil é essa parceria da Telebras com o Ministério das Comunicações”, destacou o ministro Fábio Faria.
Equipes do Corpo de Bombeiros que atuam no combate aos focos de incêndio no Pantanal ou Amazônia conseguirão comunicar os respectivos quartéis e enviar todas as informações sobre a situação do local, incluindo fotos e vídeos feitos por drones. A novidade também tem potencial para auxiliar as polícias Federal e Rodoviária Federal (PRF) nas operações contra tráfico de drogas e contrabando. Na região Norte do país, onde distâncias são medidas por dias de barco na maior bacia hidrográfica do mundo, o equipamento poderá equipar as embarcações e conectar tripulantes e passageiros ao restante do mundo.
Como é a antena móvel por satélite
O protótipo da antena, que usa a banda Ka (civil) do satélite, está em fase de testes mercadológicos e de desenvolvimento. O dispositivo foi criado com o apoio da Agência Espacial Europeia e pode manter a conexão com o do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGCD) a velocidades de até 185 Km/h, mesmo que haja mudanças bruscas de altitude e direção, situação comum no Brasil.
“É uma inovação. Pela primeira vez, nós estamos utilizando essa tecnologia para mobilidade terrestre. É uma solução tecnológica que utiliza o sinal via satélite ou pelo padrão LTE de dados móveis e isso abre uma oportunidade para explorar todas as possibilidades da internet. Já fizemos testes para esta tecnologia ser implantada em ônibus intermunicipais e interestaduais que percorrem grandes distâncias em áreas isoladas. Também servirá a órgãos como o Ibama, ICMBio, Força Nacional, Ministério do Trabalho; e também poderá equipar trens de carga brasileiros e embarcações”, explicou o presidente da Telebras, Jarbas Valente.
A estrutura possui cerca de 40 quilos, 1,30 metro de diâmetro e é fixada no teto do veículo conectado. A fiação que alimenta o equipamento é ligada à bateria do carro ou da embarcação. Para garantir 100% da precisão necessária, os painéis da antena são fabricados por meio de impressão 3D.
Responsável por operar as frequências civis do SGDC e oferecer internet de alta velocidade a todo o território nacional, a Telebras desenvolve a tecnologia junto à empresa Viasat.
Fonte: Publicado em 23/02/2021 16h28- site Ministério das Comunicações
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