Há mais de 15 anos no comando da área comercial de uma empresa de tecnologia da informação que atua no mercado de outsourcing, já vivenciei várias crises econômicas e mudanças trazidas pela evolução tecnológica. Certamente teremos mais um ano de incertezas, no entanto, a maioria das empresas já estão com seu efetivo em home office, o que está causando uma verdadeira transformação na forma com que este serviço é prestado.
Por isso, o começo desta mudança está no próprio home office. Do dia para a noite, as empresas precisaram se transformar e mandar todas as suas equipes para trabalhar em casa. E para a surpresa dos líderes e gestores, não apenas deu certo como, em muitos casos, os índices de produtividade aumentaram. Foi como unir o “útil ao agradável”, já que este novo formato permite aos profissionais ficarem mais próximos de suas famílias e, ao mesmo tempo, as empresas reduziram custos como aluguel e eletricidade.
Levando em consideração que o home office deixou de ser uma tendência para se tornar uma realidade absoluta nas empresas de TI, era natural que a forma com que o serviço de outsourcing é prestado também se transformaria.
Antes da pandemia, o formato mais procurado pelos clientes era de alocação. Ou seja, o cliente buscava um profissional, ou mesmo um squad, que atuasse full time dentro de suas instalações. Normalmente, o gestor que procurava por este serviço tinha demandas de desenvolvimento e preferia fazer isso contratando o serviço de um fornecedor, sem ter que se comprometer com contratações de longo prazo.
A consolidação do modelo de home office vem mudando o perfil da procura pelo serviço de outsourcing. Com todas as equipes em casa, a necessidade de contratar mão de obra full time e no formato de alocação diminuiu. Por outro lado, temos visto muita procura por contratações part-time de profissionais e squads, sem a necessidade de presença física no cliente.
Se por um lado, isso tende a reduzir o custo de outsourcing para o cliente, por outro permite às empresas de TI que fornecem esse serviço serem mais rentáveis, já que o mesmo profissional, ou squad podem ser alocados em diferentes projetos. Sem ter o compromisso de ir ao cliente e podendo atuar 100% de suas casas, o modelo também é benéfico para os profissionais da área.
Entendo que tamanha transformação pautará o futuro deste setor e pode ser vista como uma evolução positiva dos serviços de outsourcing, onde todas as partes saem ganhando.
Por Romulo Cesar de Paula, sócio e diretor comercial da ART IT
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