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Empresas de TIC estão otimistas, mas em compasso de espera

Estudo da IDC demonstra que o setor no Brasil em 2021 crescerá 7% e somente a 5G deverá gerar US 2,7 bilhões nos próximos dois anos; só TI deverá crescer 11% e Telecom, 2%
Empresas de TIC estão otimistas, mas em compasso de espera

De maneira tradicional a consultoria IDC lança suas previsões para o ano do mercado de Tecnologia da Informação e Comunicações – TIC, com base em pesquisas junto a executivos de empresas. Para as análises de 2021 foram ouvidos 500 profissionais da América Latina, entre dezembro de 2020 a fevereiro de 2021. Nuvem, a quinta geração de conectividade, a 5G, soluções para casas inteligentes e maior interesse em computadores e tablets estão no topo da lista. No quesito investimentos foi identificado que em maio e junho, o mercado chegou ‘ao fundo do poço’, com redução de 60% para menos de 30%, sendo que antes da pandemia, o registro era de aumento na destinação de recursos para TI.

Para o segundo semestre a expectativa é de mais otimismo, com perspectiva de aumento no volume de investimentos no setor. “Hoje, mesmo diante de muita incerteza, 50% sinalizam orçamento mais efetivo que no ano passado”, diz Denis Arcieri, diretor-geral da IDC no Brasil. Isto porque a tecnologia como um todo ganhou relevância e obteve grande aceleração em 2020.

Entre as principais iniciativas de TI para 2021, os entrevistados apontaram Segurança; Inteligência, que inclui Big Data. Analytics, BI, IA e ML; Nuvem pública – IaaS e SaaS; Modernização de ERPs, e Experiência do Cliente. De acordo com Arcieri, o mercado de TIC no País deve crescer 7% em 2021, mesmo sob o impacto da pandemia. De forma individual, o mercado de TI, deverá obter alta de 11% e, para Telecomunicações, a previsão é de apenas 2%. Já nas atividades que englobam software, serviços e hardware, a previsão é de alta de 10%.

Os investimentos se basearão em Segurança, Inteligência Artificial, Nuvem pública, modernização de Sistemas de Gestão de softwares, e Experiência do Cliente

Não muito diferente de anos anteriores, os executivos têm estre suas preocupações, aumentar a produtividade, reduzir custos, balancear as iniciativas e ações digitais com o físico; lançar produtos e serviços ou apresentar os atuais de forma aprimorada, e melhorar a aquisição e retenção de clientes. Este último quesito perdeu relevância, segundo o estudo da IDC Brasil.

A tão esperada quinta geração
A 5G deverá gerar US 2,7 bilhões nos próximos dois anos (2021e 2022), principalmente no segmento corporativo, o chamado B2B por entregar baixa latência e alta densidade de conexões. “É a tecnologia que vai puxar novos projetos que envolvem Inteligência Artificial, Realidade Virtual e Aumentada, Internet das Coisas, Nuvem, Segurança e Robótica”, diz Luciano Saboia, gerente de consultoria e pesquisa em Telecomunicações da IDC.

Ainda de acordo com ele, em 2020 foi percebido um aumento na relevância da conectividade, que impulsionou a oferta de soluções de Developer Experience, DX. “Para mais de 70% dos entrevistados, os modelos operacionais serão ativados digitalmente em 2021, intensificando a Automação, Colaboração e Compartilhamento de dados”, complementa.

Para as iniciativas de Computação na Borda, ou Edge Computing, a estimativa da consultoria é de 16% de crescimento anual para o período de 2019 a 2023. A tecnologia tem destaque na automação de processos de diversos setores e trará novas oportunidades de eficiência para reduzir custos.

O País está às voltas com o leilão da tecnologia 5G e o grau de interesse das operadoras de Telecom pode ser medido pelo montante que vêm investindo ao ano no Brasil: entre R$ 6 bilhões a R$ 9 bilhões. “O momento de realizar o leilão é adequado e o Brasil vai recuperar o atraso que sofreu na largada”, acredita Saboia.

A busca pela Nuvem
A sondagem feita pela IDC identificou que mais da metade das empresas que utiliza a Nuvem afirma que está executando em workloads críticos, evidenciando a evolução dos ambientes híbridos.

Luciano Ramos, gerente de pesquisa e consultoria em Enterprise da IDC, conta que os gastos com infraestrutura no modelo como serviço, IaaS, e plataforma como serviço, PaaS, em Nuvem pública no Brasil devem chegar a US$ 3 bilhões, alta 46,5% em relação a 2020. “O modelo de Nuvem privada também cresce em bom ritmo, totalizando US$ 614 milhões em 2021”, conta Ramos que complementa: “o maior crescimento será de Nuvens privadas como serviço, ou DCaaS, que avançarão 15,5%, se comparado ao ano passado”.

Neste ano, os gastos com soluções de Segurança (seja hardware ou software) ultrapassarão US$ 900 milhões no Brasil, alta de 12,5% em relação a 2020. Já os Serviços Gerenciados de Segurança, MSS, totalizarão US$ 615 milhões no mesmo período.

Os dados continuam fortes
Metade das empresas afirma estar em estágios avançados de adequação à LGPD e 2/3 indicam que seu maior desafio é o mapeamento e controle das informações. Com isso, a avaliação é que a visibilidade e a proteção dos dados ganharão a atenção com a alta no número de ataques e necessidades trazidas pela LGPD.

Em dois anos, cerca de 43% das empresas pretendem levar parte de seus Sistemas de Gestão para a Nuvem e 31% pensa em substituir uma aplicação atual por uma em SaaS. Diante do quadro, a previsão é de alta de 12,6% nos gastos com soluções ERP (finanças, contabilidade, gestão de pessoas e ativos, controle de produção, logística, cadeia de suprimentos…) chegando a US$ 3,4 bilhões. Desse valor, a consultoria estima que SaaS representará 14%.

Para 65% das empresas pesquisadas, há intenção de investir em soluções que viabilizem o Digital First, maior automação e experiências sem contato. Soluções de CRM e de atendimento, gestão de marketing, força de vendas, comércio digital, entre outras, serão alvo dos gastos em 2021, que devem atingir US$ 1,4 bilhão, alta de 21,3% em relação a 2020.

Impressão
No Brasil, o mercado de impressão corporativa crescerá em 2021, mas não o suficiente para recuperar as perdas do ano passado. A IDC acredita que os provedores de serviços agregados de terceirização devem passar por uma forte adaptação, que será crucial para ampliar as chances de recuperação nos próximos anos. O mercado de equipamentos vai gerar US$ 637 milhões em 2021 (+11% sobre 2020), enquanto os serviços de outsourcing de impressão devem movimentar US$ 580 milhões.

O mercado total de impressoras de tinta, tanto no corporativo como no varejo, terá alta de 12%, com os modelos de cartucho, tanque e laser tendo crescimento de 15%, 10% e 4%, respectivamente. Já o mercado de SMB, que sofreu muito em 2020, terá recuperação e crescerá até 35% em 2021.

Casa inteligente
“O mercado de equipamentos para automação doméstica deve ultrapassar US$ 291 milhões em 2021 (+21% frente ao ano anterior), confirmando que, com mais tempo em casa, há necessidade de um lar mais funcional e inteligente”, afirma o gerente de pesquisa e consultoria em Consumer Devices da IDC, Reinaldo Sakis.

A quantidade global de vendas destes produtos cresça, em média, 11,9% nos próximos anos. Já o mercado brasileiro crescerá cerca de 30% (com exceção das TVs inteligentes). Produtos de segurança e eletrônicos (como plugs, lâmpadas e interruptores inteligentes), crescerão 32% cada, os speakers terão alta de 25% e os termostatos, 28%.

Notebooks e tablets
O mercado de tablets e notebooks, que a IDC identifica como endpoints, vai gerar US$ 4,7 bilhões em 2021 (+21% frente ao ano anterior), o que representa 7,3% de todo investimento de TI no País. O Varejo e a demanda por trabalho remoto seguirão fortes. “Em unidades e em relação ao 2020, a previsão é de um aumento de 20% na venda de tablets domésticos e de 71% nas vendas para o mercado corporativo, que inclui Educação”, conta Sakis.

Já as vendas de notebooks no Varejo devem crescer 5% e no mercado corporativo, também incluindo educação, devem crescer 25%. O gerente avalia que o mercado de Educação pública e privada tem surpreendido positivamente e demandará uma grande quantidade de produtos com o intuito de auxiliar professores e alunos a maximizar o processo de educação a distância.

Serviço
www.idc.com
www.idclatin.com

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