A Transformação Digital em caráter de urgência também mexeu com o setor de recursos humanos. Processos seletivos precisaram ser readaptados para que pudessem ser feitos de forma completamente virtual – algo inédito para algumas corporações. Mas, será que esse modelo perdura para o próximo ano?
A resposta é simples: com certeza. E vou explicar o porquê.
O primeiro ponto a se considerar é que, ao longo de 2020, houve um considerável aumento no número de demissões. Para se ter noção, o acumulado de desligamentos até agora é de aproximadamente 850 mil em todo o Brasil. Apesar de assustador, também há que se considerar que houve muitas contratações. E é aí que profissionais de RH perceberam as mais significativas mudanças. O grande desafio foi encontrar uma maneira de realizar os processos seletivos de forma virtual, mas sem o risco de um clima de impessoalidade ou mesmo frieza com os candidatos, uma preocupação dos profissionais do setor.
É claro que essa transformação não foi fácil. Foi necessário trabalhar em postagens mais atrativas nas redes sociais, anúncios direcionados ao público de interesse para a vaga e até uma readequação para entrevistas virtuais, pensando na infraestrutura e na qualidade do processo. Embora desafiadora, a prática tem se mostrado bastante eficiente e, ao que tudo indica, esse modelo de seleção está sendo bem aceito, tanto por quem se candidata a uma oportunidade de emprego quanto pelos próprios recrutadores das empresas.
O que ocorre é que o processo integralmente digital permite às empresas e aos entrevistados uma maior economia, além de facilidade, flexibilidade e agilidade no passo a passo da contratação. Segundo uma matéria que li na Forbes, muitas das organizações que fizeram a transição para o modelo de recrutamento digital perceberam que o processo é muito mais acessível do que as formas tradicionais de procura por novos “talentos”.
Fácil acesso, rápido retorno
Com publicações em grupos, de forma gratuita, ou anúncios direcionados para o público que se quer atingir, as postagens aparecem em tempo real, o que ajuda a diminuir esforços para atrair mais interessados e filtrar as candidaturas recebidas. Aí está a facilidade. Depois de selecionados aqueles profissionais que tenham o perfil que a empresa busca, fazer as entrevistas utilizando ferramentas de videochamada permite conhecer o candidato sem que ele precise se deslocar até a empresa, gerando economia, já que a única necessidade para que a entrevista seja feita é que os participantes estejam conectados à Internet e acessem um link para entrar na reunião.
Além desses dois pontos importantes, o processo de entrevistas virtuais otimiza o tempo do recrutador, que pode sair de uma entrevista e entrar, imediatamente, em outra, sem precisar aguardar pela chegada do próximo candidato. No fim das contas, a seleção por meios digitais traz benefícios à empresa que está em busca de um profissional específico e, claro, aos candidatos, que têm uma maior flexibilidade para participar do processo.
Mas, se ainda assim, você está em dúvidas a respeito da eficiência deste modelo de seleção e contratação, eu trago um último argumento. A International Data Corporation (IDC) realizou uma pesquisa na qual aponta que, o investimento corporativo em transformação digital direta ainda vai crescer cerca de 15,5% até 2023, se aproximando dos US$ 6,8 trilhões. Apenas a América Latina deve responder por US$ 460 bilhões.
Por isso, será fundamental que as empresas operem de forma integrada como uma “fábrica de inovação digital”, com softwares e profissionais capacitados para se diferenciar e competir em seus próprios setores.
Por George Paiva, diretor de RH da Orange Business Services na América Latina
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