A agência de notícias Reuters publicou um artigo na segunda-feira (21/12) revelando que a Apple tem planos de lançar um veículo elétrico em 2024. A Apple não quis comentar e as informações foram passadas por duas pessoas familiarizadas com os esforços da empresa nesse projeto, que não é novo. Chamado de Projeto Titan, ele começou em 2014 e teve altos e baixos de lá para cá, com a demissão de 190 funcionários em 2019.
Segundo as fontes consultadas, o ponto central da estratégia da Apple seria um novo design de bateria, que poderia reduzir radicalmente o custo e aumentar a autonomia do veículo.
Mas o curioso desta história é que a Apple já poderia ter o seu veículo elétrico se o seu CEO, Tim Cook, tivesse ouvido e aceitado a oferta de Elon Musk, CEO da Tesla, em 2017. Nesta época, foi lançado o Tesla Model 3, que veio a ser um sucesso de vendas, mas a empresa passava por dificuldades. Musk estava disposto a desfazer do negócio se a Apple pagasse 10% do que a empresa vale hoje, ou seja, US$ 60 bilhões. Mas Cook sequer recebeu Musk para ouvir a proposta. O fato foi contado pelo próprio Musk, por mensagem, para a reportagem da Reuters na terça-feira (22/12), um dia após a empresa estrear no índice geral da S&P 500 e ser avaliada em US$ 600 bilhões.
Se arrependimento matasse
Será que Tim Cook se arrepende de não ter ouvido a proposta de Elon Musk? Histórias como esta fazem parte do folclore do mercado de tecnologia e são contadas e recontadas inúmeras vezes nas rodinhas do café e nas salas de aula. O filme Pirates of Silicon Valley, de 1999, conta algumas dessas histórias, principalmente envolvendo Bill Gates e Steve Jobs.
Em 1980, a IBM decidiu entrar no ramo dos computadores pessoais e queria fabricar um microcomputador que superasse os da Apple, que começavam a fazer sucesso. Mas ela não tinha um sistema operacional. Muito esperto, Bill Gates comprou por US$ 50 mil um sistema operacional quase pronto, personalizou e forneceu para a IBM por US$ 8 milhões, mas mantendo a propriedade do que seria o MS-DOS. No fundo, a IBM não acreditava no computador pessoal, o negócio dela eram máquinas de grande porte, os mainframes. Tanto que ela permitiu que outras empresas fabricassem os próprios computadores, com padrão IBM PC, enquanto a Apple manteve a arquitetura proprietária. Alguns dizem que foi uma estratégia da IBM para popularizar o PC, mas o fato é que a empresa deixou de faturar muito com isso.
O filme Pirates of Silicone Valley mostra a cena de uma reunião entre Steve Jobs e executivos da Xerox, que havia criado uma interface gráfica e usava um dispositivo chamado mouse. Era exatamente isso que Jobs estava procurando para o seu Apple II. A Xerox não dava importância a esse projeto e um dos chefes presentes na reunião disse que Jobs poderia usar a ideia, pois uma empresa como a Xerox não poderia usar algo chamado “rato” (mouse).
E falando de Steve Jobs, ele foi demitido da Apple, empresa que ele fundou, após uma disputa de poder interna com a diretoria e investidores em 1985. Fundou a empresa NeXT, que depois foi comprada pela Apple, e retornou à companhia em 1996. Revolucionou novamente o mercado de tecnologia com os iMac, iPod, iTunes e iPhone e foi considerado um gênio. Faleceu em agosto de 2011 devido a um câncer no pâncreas. Foi ele quem recomendou Tim Cook para CEO da empresa.
Serviço
www.apple.com
www.tesla.com
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