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A revolução digital nos meios de pagamento

Chegou o momento de fazermos um balanço do ano que passou. Enquanto diversos setores da economia não esperam a hora de 2020 acabar, outros estão comemorando às transformações vindas como consequência da pandemia. É o caso do e-commerce brasileiro, que teve expansão de 87% em outubro, segundo o SpedingPulse, indicador macroeconômico de vendas no varejo, e do mercado financeiro, que enfrentou uma verdadeira revolução, já que pagamentos digitais que antes engatinhavam por aqui, passaram a ficar de pé.
No início da Covid-19 no País, notícias de que o vírus podia ser transmitido por papel-moeda fizeram com que as pessoas encontrassem alternativas na hora de realizar pagamentos. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os pagamentos por aproximação movimentaram R$ 8,3 bilhões no primeiro trimestre desse ano, crescimento de 330% em relação ao mesmo período de 2019. Os dados impulsionaram a referida instituição a aprovar a indústria de cartões a dobrar o limite das transações contactless, chegando a até R$100, com o objetivo de evitar que os usuários tocassem nas maquininhas para digitar a senha.
Apesar dos pagamentos por aproximação estarem disponíveis desde 2008, uma pesquisa realizada globalmente pela Mastercard mostrou que a pandemia foi a grande incentivadora dessa forma de pagamento, acelerando a adesão das tecnologias NFC (Near Field Communication). No Brasil, 14% dos entrevistados deixaram de utilizar o dinheiro físico na quarentena e 63% diminuíram o seu uso. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília foram as cidades que registraram os maiores índices de pagamentos por aproximação nos primeiros seis meses do ano.
Durante o isolamento social, shows digitais transmitidos pelo Youtube estimularam o uso do QR Code e das carteiras digitais, nos mais diversos apps. Segundo uma análise desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa & Data Analytics Croma Insights, em parceria com a Toluna, site de pesquisa remunerável, a Ame Digital e a PicPay ficaram, respectivamente, na 29ª e na 35ª posição no ranking das 100 marcas com melhor lembrança positiva no país desde março. Somente em abril, a PicPay registrou três milhões de usuários e transacionou R$1,2 bilhão.
Não podemos deixar de falar dos pagamentos instantâneos e do Open Banking, que chegaram em novembro para modificar ainda mais a forma como lidamos com os nossos recursos financeiros. Enquanto o Pix permite que os brasileiros movimentem o seu dinheiro online em até dez segundos, sem restrições de datas, horários e com baixo custo, o sistema aberto e transparente do Open Banking fará com que os cidadãos tenham maior controle dos seus dados e compartilhem, mediante consentimento, suas informações com qualquer empresa regulada pelo Banco Central do Brasil.
Ainda vamos precisar de um pouco mais de tempo para entendermos como funcionam todas essas tecnologias, mas é possível afirmar que o nosso ecossistema bancário evoluiu para um novo patamar de inovação, equiparado aos mercados mundiais mais avançados. Além disso, como todos os métodos de pagamentos descritos nesse artigo dependem apenas de um dispositivo móvel como os smartphones, a inclusão financeira dos desbancarizados foi o grande feito dessa pandemia.
A indústria financeira ainda tem muito espaço para crescer e os celulares podem ajudar a colocar todas as novas formas de pagamento em penetração no mercado, se consolidando como um verdadeiro centro de recursos e serviços. Desejo que 2021 venha repleto de novidades e que os consumidores dos serviços financeiros tenham cada vez mais agilidade e praticidade na hora de movimentar as suas finanças. Boas festas!
Por Ralf Germer, CEO e cofundador da PagBrasil

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