A pandemia literalmente sacudiu a realidade de muitas empresas. Parte dos setores viu sua demanda explodir momentaneamente. Entretanto, a maioria dos segmentos viu sua procura minguar repentinamente.
Para o grupo que experienciou a explosão, foi tempo de testar a escalabilidade dos negócios e a capacidade de gestão de mudança. Já para o grupo que passou pela baixa procura, o momento foi de fazer ajustes no planejamento anual, buscar alternativas para contornar o momento de crise e aproveitar a capacidade intelectual ociosa para incrementar a eficiência operacional.
Nesse sentido, o foco inicial mais comum é a redução de custos, que realmente pode trazer benefícios significativos. Porém, não se pode esquecer da garantia de receitas, que pode trazer benefícios tão grandes quanto ou ainda maiores do que o ataque às linhas de custo. E, melhor ainda, sem contrapartidas que, por vezes, estão associadas à redução de custos, como a diminuição de níveis de serviços, por exemplo.
Um pequeno erro de cadastro pode gerar grandes impactos no faturamento mensal de uma empresa. A ineficiência nos processos de conversão de faturamento, conciliação ou cobrança pode levar a um grave problema de caixa. Assim, a garantia de receita tem um objetivo simples: assegurar que o serviço prestado e/ ou produto entregue seja faturado e pago nos valores e prazos corretos. Ou seja, fazer com que todo o esforço da empresa na prospecção e conversão de novos negócios possa ser efetivamente capturado e incorporado aos resultados.
Porém, apesar do objetivo ser simples, é necessário identificar e priorizar as maiores oportunidades para serem efetivamente capturadas. Para isso, alguns passos essenciais precisam ser seguidos, tais como o mapeamento dos processos-chave relacionados à geração e captação de receitas, a identificação dos principais gargalos, a definição dos indicadores de perda de receita e o estabelecimento da governança sobre o tema na organização.
Para garantir a eficiência na identificação e captura das oportunidades, bem como a perenidade dos ganhos, podem ser aplicadas tecnologias que hoje já estão difundidas e acessíveis, como o Process Mining e o RPA (Robotic Process Automation), que compõem um arsenal poderoso quando combinadas com uma governança clara e funcional estabelecida para o tema.
Para as empresas que não conseguiram dar foco nisso durante a pandemia, este é o momento de correr atrás. Com a retomada dos negócios ganhando força, ainda é tempo de trabalhar a preparação para o aumento da demanda, que esteve reprimida nos últimos meses. E, assim, evitar que os problemas relacionados à baixa eficiência operacional existente cresçam no mesmo ritmo que as receitas. É tempo de melhorar o fluxo financeiro e otimizar a geração de caixa.
Por Pedro Barra, gerente sênior de riscos e performance da Icts Protiviti
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