A Futurecom Digit@l Week encerrou a série de participações e debates enriquecedores que trouxeram temas importantes para o centro das discussões e colocaram o Brasil como protagonista no cenário mundial de novas tecnologias, inovação e transformação digital. Foram mais de 80 horas de conteúdo, 230 palestrantes, mais de 10 mil visitantes e 120 mil visualizações na plataforma Xperience em 5 dias intensos da edição deste ano, que aconteceu de forma virtual.
Esta edição do Futurecom Digital Week já apontou também o que será novidade nos próximos anos, especialmente em 2021, quando será realizado o leilão de frequências da Anatel para a tecnologia de quinta geração. O webinar “Acelerando a adoção de 5G através da Construção de um Ecossistema de Colaboração e Inovação” reuniu vários representantes de segmentos essenciais para fazer o 5G ganhar ainda mais evidência e se materializar.
Ari Lopes, gerente sênior para Américas da Omdia, moderou a mesa virtual levantando questionamentos entre os palestrantes como quais são programas liderados pelo governo para o desenvolvimento e implantação de 5G? Como a colaboração é a chave para o sucesso atual e futuro da evolução da rede 5G? Compartilhamento, infraestrutura aberta, desagregação nas redes, com faixas de espectro e neutralidade da rede, e como adotar tecnologias-chave necessárias agora? Qual o cenário 5G em cinco anos? O cenário é bastante desafiador, mas extremamente promissor para ditar os impactos e avanços sejam no mercado corporativo, nos Governos federal, estaduais e municipais, nos vários setores da economia (indústria, saúde, educação, agronegócios etc) e na vida das pessoas.
Na participação do Ministério das Comunicações, o secretário substituto de Telecomunicações, Artur Coimbra de Oliveira, destacou o empenho com o planejamento do governo para avançar nos assuntos relacionados com o 5G e que a prioridade é a realização do leilão de frequência em 2021, que trará impactos em áreas de manufatura, saúde, transportes, finanças, varejo, agricultura e outros setores. “Temos atuado na regulamentação das leis das antenas, que facilita a infraestrutura. Além disso, temos também um trabalho forte com o Congresso Nacional e Ministério da Economia, para reduzir a carga tributária das estações móveis que levam acesso de Internet das Coisas (IoT) e que será um grande filão de atuação do 5G. Isso tudo trará benefícios esperados para a sociedade”, afirma o secretário.
Hélio Oyama, diretor de Produtos Latam da Qualcomm, ressaltou também a importância do 5G mmWave, tecnologia que faz pleno uso dos benefícios do 5G, especialmente velocidade, largura de banda e latência. O 5G mais poderoso é aquele que será transmitido por essas frequências e terá um impacto na indústria, com transformação digital e Indústria 4.0. Segundo o executivo, a tecnologia é extremamente importante, principalmente no momento desafiador que passamos no Brasil, uma vez que o 5G pode contribuir para acelerar o desenvolvimento de diversas áreas. “Hoje, já temos uma atração muito grande em nível mundial, com mais de 80 operadoras que já lançaram o 5G, em mais de 35 países, e a adoção da tecnologia aqui no Brasil, o quanto antes, será muito bem-vinda”, disse. “Se em um passado recente a conectividade já era importante, agora o 5G se torna uma tecnologia fundamental para preparar o país para as futuras gerações”, acrescentou.
Leonardo Capdeville, CTIO da TIM, reforçou os investimentos que a operadora está fazendo no mercado nacional: “A TIM está investindo em um ecossistema de novas funcionalidades e inovações, e se preparando, desde já, para oferecer no mercado nacional soluções que se apliquem à nova rede quando o 5G se tornar uma realidade. O projeto-piloto inédito em três cidades, com ativação de rede 5G DSS na tecnologia FWA, entregando equipamentos 5G para seus clientes, é o melhor exemplo desse investimento. Nosso objetivo é vencer barreiras e levar a banda larga para todo o país, assumindo mais esse protagonismo”.
Já para Carlos Roseiro, diretor de soluções integradas da Huawei Brasil, a colaboração dos atores da indústria de telecom terá um papel muito relevante. “Se antes o ecossistema já era importante, ele é ainda mais essencial com a chegada do 5G. Para trazer todos os seus benefícios, o 5G dependerá de muitos mais parceiros, além dos fornecedores e operadoras”, apontou Roseiro.
Segundo Marcos Scheffer, vice-presidente de Redes para Cone Sul da América Latina da Ericsson, “seria péssimo imaginar o Brasil sem 5G, é imaginar o país sem portos e estradas, deixando a indústria com baixa competitividade. O 5G vai trazer benefícios para a sociedade de uma forma geral, com novas aplicações para o consumidor, mas o grande potencial está em trazer eficiência e produtividade para a indústria. O 5G vai aportar, nos próximos dois anos, 2.4% no aumento do PIB brasileiro. Quanto mais cedo tiver a tecnologia de quinta geração, mais cedo vão ser dadas as condições para que a inovação aconteça no Brasil.
O CEO da Algar Telecom, Jean Borges, defende uma movimentação rápida para tudo isso acontecer e colocar o Brasil na dianteira. “É preciso conscientização e agilidade nas discussões sobre o tema para viabilizar o processo de digitalização no País, trazendo possibilidades de eficiência, melhorias na qualidade de vida das pessoas, conteúdo e cultura.
“Esse ecossistema de quinta geração inaugura uma nova era, que dará mais foco à inovação, agregando valor e acelerando ainda mais a produção de soluções, na implantação de série de vertentes como nos mercados indoors, vendors, trabalhando de forma integrada em toda a cadeia produtiva”, pontuou Wilson Conti, General Manager & Sales VP da RFS.
“As parcerias de diversos setores (fornecedores, operadoras) e universidades são importantes para o desenvolvimento do 5G em todas as verticais. O espaço entre as tecnologias está diminuindo. Achamos que o 5G vai se desenvolver muito rápido. Até o final do ano, serão 190 milhões de assinaturas. Mais de 2,8 bilhões, no mundo todo, em 5 anos”, finaliza o VP da Ericsson.
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