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Na Futurecom só se fala em 5G

O leilão da frequência 5G era para ser este ano, mas foi adiado para o primeiro semestre de 2021 e a expectativa é grande
Na Futurecom só se fala em 5G

Como não poderia deixar de ser, o 5G, a quinta geração de telefonia móvel, vem sendo o destaque da Futurecom Digital Week 2020, que este ano é online e gratuito. Diversas palestras tentam esmiuçar a nova tecnologia e os seus impactos nas vidas das pessoas e nos processos das empresas. O leilão das frequências das redes 5G está previsto para o primeiro semestre de 2021 e há grande expectativa para saber como será o edital, pois há forte pressão dos EUA em barrar a tecnologia da chinesa Huawei, que fornece infraestrutura de rede para as operadoras de telefonia. Mas no evento, que começou segunda-feira (26/10) e termina na sexta-feira (30/10), por enquanto nenhum palestrante entrou nessa seara política.
Bruno Alvarenga Martins Ribeiro, gerente de Wireless Solution da Huawei, contou que no mundo todo se discute o 5G, pois todos estão cada vez mais conectados com diversas aplicações. “Existe um uso crescente de dados e uma demanda grande por novas tecnologias para suportar esse volume. Com o aumento da velocidade, houve redução da latência (tempo de resposta) e é possível assistir vídeos, fazer uploads mais rápido em mídias sociais e com maior interatividade”, disse Ribeiro. “Isso é apenas o começo. O 5G traz uma nova integração entre Inteligência Artificial, aplicações e armazenamento em Nuvem e altíssimas velocidades, com telemedicina, carros conectados e fábricas inteligentes”, contou.

Diversas palestras tentam esmiuçar a nova tecnologia e os seus impactos nas vidas das pessoas e nos processos das empresas  

Um desafio muito importante, segundo Ribeiro, é a dificuldade de instalação de novas antenas. “O Brasil tem por volta de 100 mil estações radio bases, mas vemos outros países com as dimensões do Brasil com uma quantidade muito maior. Essa dificuldade não é só de investimento inicial das operadoras, mas de licenciamento de novas localidades”, observou o executivo. “Há um esforço junto ao Congresso e ao Executivo em facilitar esse licenciamento de novas antenas. Isso é importante resolver antes de chegar o 5G, que tem a frequência de 3,5 GHz e 2,3 GHz, mas haverá possivelmente outro leilão de frequências milimétricas, que são 26, 27 e 28 GHz, que tem uma limitação na cobertura, demandando uma maior densidade de antenas”, afirmou.
Custo da tecnologia
Segundo o gerente da Huawei, há um mito de que o 5G é uma tecnologia mais cara, o que não é verdadeiro, pois o custo do gigabyte vai cair. Naturalmente, quando for lançado o serviço, ele custará mais por causa do investimento inicial feito pelas operadoras, mas isso ocorreu também com as gerações anteriores (2G, 3G e 4G). Os smartphones também serão mais caros inicialmente. “No 4G, assim que foi lançado, o smartphone custava por volta de US$ 500 e demorou 4 anos para termos um aparelho de US$ 150. Hoje temos uma gama maior de empresas oferecendo aparelhos 5G e em alguns países esses smartphones já custam US$ 150. A adoção do 5G será mais rápida pelo custo dos dispositivos”, afirmou.
Ribeiro contou que na Coreia do Sul o 5G está bem desenvolvido. Eles não só trouxeram mais conectividade aos smartphones, mas agregaram novas tecnologias, como Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Cloud Gaming, que é poder levar o console para qualquer lugar com cobertura 5G, conectá-lo na Nuvem e jogar. “Outro caso interessante é o FWA (Fixed Wireless Access), que é basicamente uma conexão fixa pela rede móvel. No Brasil, ainda há dificuldade de se chegar a algumas localidades com a conexão física na casa ou escritório do cliente final, principalmente com alta velocidade. O FWA pode ser combinado com a rede móvel, aumentando a monetização. Essa é uma das principais implementações de rede 5G no mundo”, disse.
Indústria 4.0
Para Edmilson Fonseca, diretor de Pré-Vendas da Oracle Communications, o mundo vive uma transformação como nunca vista. São quatro tecnologias responsáveis por essa mudança: 5G, IoT, o uso massivo da IA e Big Data e por último a computação em Nuvem.
“Esses quatro vetores transformarão a sociedade. Como exemplo, temos as fábricas inteligentes, a chamada indústria 4.0, em que máquinas falam com máquinas e tomam decisão sem a presença do ser humano. Isso acarretará grandes ganhos em produtividade e redução de perdas industriais”, afirmou. “Não notamos essas mudanças que ocorrem todos os dias, mas em dez anos, quando olharmos para trás, veremos o quanto mudamos na maneira de viver, comunicar, comprar e produzir produtos”, disse.
“Quando falamos em 5G, as pessoas pensam em velocidade de banda larga, mas a quinta geração de rede é a primeira em que o foco não é o ser humano e sim a comunicação entre máquina”, afirmou. “Também teremos os benefícios de serviços que hoje não existem, e os que existem serão melhorados, como o monitoramento de cidades, que passam a ser com imagem em alta resolução e com reconhecimento de imagem. Serão criados novos serviços com a Realidade Aumentada. Imagine andar por uma rua em que se deseja morar e em seus óculos aparecerem todos os apartamentos disponíveis”, comentou.
Serviço
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