Isolamento social ocasionado pela Covid-19 e insegurança financeira faz consumidor repensar seus hábitos de compra, que passam a ser regidos sob a ótica daquilo que é necessário a um custo justo, deixando de lado o consumo desenfreado que enriqueciam as marcas
A pandemia ocasionada pelo Coranavírus trouxe novas reflexões em diversos aspectos da vida. No início deste processo acompanhamos a corrida das pessoas por itens básicos nos supermercados como se estivéssemos entrando numa guerra. Passado o susto, o isolamento social fez com que as pessoas repensassem sobre seus costumes, criando uma consciência de compra baseada naquilo que é necessário, um hábito que se perdeu ao longo do tempo em função de um sequestro emocional promovido pelas marcas, que enriqueceram com o consumismo.
Essa tendência de compra mais consciente foi confirmada por 77% dos consumidores que participaram da pesquisa intitulada Brave New Retail 2020 (ou, em português, Admirável Varejo Novo), liderada pela E-Consulting, consultoria que mede previsões financeiras para o varejo eletrônico há 16 anos, e que ouviu 3.712 consumidores no período entre os meses de março e julho.
A mudança na forma de consumir, assim como o ‘basta’ às compras de besteiras e a busca por marcas que forneçam seus produtos e serviços dentro de uma compreensão real sobre a atual situação, ou seja, aquelas que apostam menos na empatia e mais na ajuda concreta, foram itens apontados como preferência para 75% dos entrevistados.
“Este cenário anticonsumista promoverá às empresas a rediscussão de seus modelos de negócios, que antes beneficiavam apenas às organizações. Agora elas se verão obrigadas a engajar de uma forma diferente frente à situação econômica que afetou a grande maioria da população”, explica Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting e coordenador do estudo.
O estudo também mostra que as marcas efêmeras terão um ciclo de vida cada vez mais curto na vida do consumidor que se sentir traído por elas. Para 64% das pessoas ouvidas, a ordem, neste caso, é destruí-la e esquecê-la, reverberando o fato publicamente, uma condição que põe à prova a responsabilidade das empresas de resgatarem a beleza do consumo saudável. Somado a isso, a pesquisa também aponta que 59% dos consumidores passaram a preferir produtos e serviços sem marca, deixando o status de lado para optar pela sua real necessidade dentro do limite que ele pode pagar.
Isso não significa que o consumidor quer deixar se ter um atendimento sob medida. Aliás, esse cenário se torna ainda mais latente quando ele entende que as marcas devem servi-lo e não vice-versa. Neste contexto, 65% dos consumidores ouvidos apontam que assistentes digitais, por exemplo, precisam ser personalizados e estarem cada vez mais próximos das suas necessidades.
Domeneghetti finaliza chamando a atenção para uma nova tendência de consumo que, diante dos desafios da pandemia, forçou a análise sobre as reais necessidades de compras. “O consumo desenfreado foi interrompido com a pandemia e as empresas que perceberam esta mudança no modelo de compras, que substitui o estravagante pelo simples, certamente se manterão inseridas como opção neste novo mercado”, finaliza Domeneghetti.
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