Com a inserção de novas tecnologias no ambiente fiscal das empresas, é necessário redirecionar as atenções para o papel humano e seu comportamento quanto à presença da inovação no cotidiano de trabalho
O debate por dentro do avanço tecnológico costuma centralizar o foco nos benefícios técnicos obtidos através da máquina. Não há nada de errado com essa proposta, pelo contrário, é importante indicar com clareza as reais contribuições da inovação para a realidade das empresas nacionais. No entanto, para que os resultados obtidos sejam proveitosos e favoráveis ao crescimento do negócio em sua totalidade, a discussão deve se estender à participação dos profissionais nesse cenário.
O processo é amplo e demanda um planejamento estratégico condizente com as particularidades apresentadas por cada organização. Nesse sentido, o setor fiscal serve como um parâmetro relevante na medida em que representa um braço operacional decisivo para a saúde financeira e a eficiência das atividades. Entre tantas novidades e conceitos voltados para a inovação empresarial, os dados assumem uma função primordial nos dias de hoje, representando outro componente indispensável para a abordagem do tema.
Como o líder encabeça a transformação?
Uma mudança completa no sistema de trabalho proporcionado aos profissionais não é realizada da noite para o dia. Antes de qualquer coisa, o líder deve se perguntar sobre o que está ou não funcionando na cultura organizacional estabelecida, passando por pontos acerca da comunicação, manuseio de dados e até mesmo atributos de ética e transparência. Com essa avaliação de valores culturais e a identificação de possíveis lacunas, torna-se muito mais simples o processo de inserção da tecnologia em setores mais carentes, sempre sob o pretexto da harmonia entre as pessoas envolvidas.
O exemplo precisa ter início nas figuras de liderança da empresa que deseja abraçar a Transformação Digital sem desconsiderar a participação humana. É por meio da conscientização de diretores e colaboradores que essa transição será realizada de forma gradual, sem forçar uma situação ainda imatura em termos operacionais.
Mudança no mindset é inevitável
Com os profissionais conscientes do que precisa ser aprimorado a fim de facilitar a implantação de mudanças no método de trabalho, lidar com as ferramentas e os insumos produzidos pela tecnologia será um hábito comum e de alta assimilação. Os ganhos produtivos são variados e apontam para a obtenção de uma estabilidade fiscal consolidada, sem brechas para falhas manuais e erros críticos. A transformação cultural pode ser entendida como uma orientação comportamental em harmonia com o que se espera de organizações inseridas no contexto digital. Em resumo, trata-se da sustentação de uma governança forte e bem estruturada, capaz de abraçar as soluções escolhidas pelo gestor.
Finalmente, com esse aspecto subjetivo exercitado internamente e institucionalizado como uma nova política de gestão, a recepção à implementação tecnológica será compatível com a utilização analítica dos materiais extraídos sob o auxílio da automatização. Uma cultura orientada à inovação precisa conceder liberdade e autonomia para que as equipes tomem decisões e pensem fora de uma zona de conforto pouco produtiva. Dessa vez, com a máquina oferecendo o respaldo técnico desejado.
Nova realidade dos dados e o papel da inovação
Na prática, como a transformação cultural se relaciona com a área fiscal? Olhando para o mercado, existem inúmeras alternativas operacionais para se fortalecer um segmento que ocasionalmente pode ser deixado de lado por empresas cuja especialização com assuntos fiscais é mínima ou quase nula. Opções de outsourcing, considerando o prestígio do BPO e sua abrangência, são capazes de pavimentar um caminho seguro e em harmonia com as atualizações de um quadro fiscal em constante mudança.
A inovação existe e está à disposição do empresariado. Com a Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD) entrando em vigor, a preservação das informações armazenadas pelas organizações ganha tons de obrigatoriedade, exigindo uma resposta tecnológica que priorize a integridade dos dados. Esse, talvez, seja um dos momentos mais importantes no quesito de amadurecimento fiscal da legislação brasileira.
No fim das contas, discutir a transformação cultural das companhias é o mesmo que destrinchar o real impacto da tecnologia sobre os profissionais e seus hábitos de trabalho. A coexistência é um objetivo alcançável e pode ser benéfica para o negócio como um todo, se aplicada com seriedade e dedicação pelos responsáveis por introduzir a digitalização no ambiente empresarial.
Qual é a sua opinião sobre a transformação cultural e sua influência sobre a área fiscal?
Por Régis Lima, Diretor Executivo e de Operações na Lumen IT
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