book_icon

Brasil melhora no Ranking de Competitividade Digital

Mesmo com a pandemia de Covid-19, País subiu 6 posições e ocupa agora o 51º lugar entre os 63 países pesquisados
Brasil melhora no Ranking de Competitividade Digital

O Brasil subiu seis posições no Ranking de Competitividade Digital e se encontra agora na 51ª posição. Em quatro anos de divulgação do relatório, o País sempre esteve nas piores avaliações entre os 63 países estudados – 55ª posição em 2017, depois caiu para o 57º lugar em 2018, onde permaneceu em 2019. Porém, o resultado desse ano traz uma melhora de posição, mas ainda abaixo do Chile, por exemplo, que ocupa a 41ª posição, a melhor entre os países da América Latina. A pior avaliação é da Venezuela. O ranking é feito pelo Núcleo de Competitividade Global do IMD, escola de negócios da Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral e apoio do Movimento Brasil Digital (MBD).

O estudo mostrou que uma das grandes dificuldades do Brasil ainda é sustentar o ritmo de avanço 

Segundo o estudo, o Brasil se destacou em medidas como os ganhos em relação à concentração científica, estrutura regulatória, capital e agilidade para negócios. Esta última, em especial, apresentou avanços na maioria de seus componentes, entre eles a transferência de conhecimento entre universidades e setor privado e a agilidade das empresas. Ainda assim, para o professor Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, há muito a ser feito para que o País mantenha avanços sustentáveis no cenário mundial e amplifique sua competitividade.
Para fazer a avaliação, levou-se em consideração a análise de três fatores: O conhecimento necessário para descobrir, compreender e construir novas tecnologias; as condições gerais que possibilitam o desenvolvimento de tecnologias digitais; e o nível de preparo para explorar as Transformações Digitais.
“O avanço do Brasil no Ranking de Competitividade Digital 2020 está atrelado ao ganho de posições para o fator de conhecimento, tendo sido mantida estabilidade nos demais fatores. Se analisarmos os dados dos últimos cinco anos, observamos que o País parece se recuperar de uma perda anterior para conhecimento, mas enfrenta dificuldades para sustentar o ritmo de avanço no nível de preparo para explorar as transformações digitais no futuro”, avalia Arruda.
“O estudo mostrou que uma das grandes dificuldades do Brasil ainda é sustentar o ritmo de avanço. A Covid-19 acelerou o processo de Transformação Digital de muitas empresas, sob o risco de deixar de fora do mercado aquelas que não se adequassem de maneira ágil e eficiente à situação. Longe de ser o ideal, já que estamos falando de um movimento forçado causado por uma pandemia, mas a expectativa é que essa aceleração se reflita em ganhos de competitividade”, avalia Vitor Cavalcanti, diretor executivo do Movimento Brasil Digital.
Análise
O fator conhecimento, responsável pela subida do País no ranking, é composto por três subfatores: talento, preparo e educação e concentração científica. Apesar de configurar entre os 10 países que mais investem publicamente em educação (9º), o Brasil apresenta um dos piores resultados no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) para a disciplina de matemática, ocupando a 55ª posição. Da mesma forma, a taxa aluno-professor (46º), a realização de educação superior (56º) e as graduações na área de ciências (55º) também não apontam na mesma direção que a dimensão dos gastos públicos em educação.
“Por outro lado, os componentes da concentração científica apontam bons resultados: o País é o 8º com maior participação das mulheres nas pesquisas científicas, apesar de 51º para mulheres graduadas, o 9º com maior produtividade da P&D por publicação e o 14º com maior emprego de robôs na educação e P&D. Esses dados refletem os gastos totais com P&D (31º), apesar da baixa composição de pessoal de P&D (44º) e baixa empregabilidade técnica-científica (40º) relativas”, diz Arruda.
Componentes do subfator talento apontam a percepção negativa do empresariado brasileiro em relação à suficiência da experiência internacional dos administradores (58º), atratividade de pessoal qualificado estrangeiro (58º), eficiência da gestão das cidades para incentivo do desenvolvimento de negócios (60º) e disponibilidade de mão de obra digital-tecnológica (62º). Ao mesmo tempo, o empresariado admite que o treinamento profissional não é uma prioridade nas empresas (59º).
Serviço
www.imd.org
www.fdc.org.br
 

Comentários

Os comentários estão fechados nesse post.
As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem exclusivamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da Infor Channel ou qualquer outros envolvidos na publicação. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da Infor Channel.