Com menor custo de produção, lançamento e manutenção, artefato pode levar a telemedicina a localidades remotas, a exemplo da Amazônia, afirma Renato Borges, membro da maior organização técnica-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade.
As tecnologias espaciais apresentam respostas rápidas e seguras para o combate à Covid-19. Entre elas, estão os satélites que enviam sinais de telecomunicação, proporcionando soluções para o uso de televisão, telefone, rádio e Internet. Por questões estratégicas, esses artefatos atendem em geral os grandes centros urbanos. Dentro deste cenário, os nanosatélites podem ser uma opção para conectar comunidades isoladas e aldeias indígenas, ajudando os moradores a ter acesso à internet e à telemedicina, primordiais para o enfrentamento da pandemia, afirma Renato Borges, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE) e professor do Instituto de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB).
“Essas comunidades são mais vulneráveis à Covid-19, porque na maioria dos casos não têm estrutura de saúde. E demandam logística especial para o transporte de pacientes até os hospitais nos grandes centros”, argumenta o membro do IEEE, maior organização técnica-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. O baixo custo de produção, lançamento e manutenção torna o nanosatélite de comunicação uma alternativa para abranger regiões remotas, principalmente encobertas por matas densas e fechadas, como as da Amazônia. “Além de levar a Internet, esse artefato pode facilitar a implementação da Internet das Coisas, que permite a interconexão de dispositivos como celulares, aparelhos de televisão e computadores”, explica.
Atualmente Renato Borges está à frente da missão espacial brasileira Alfa Crux, que pretende colocar em órbita até o final de 2021 um nanosatélite, padrão CubeSat, para prover sinais de comunicação de voz e de dados a áreas remotas do País. Essa missão é resultado de uma parceria entre a UnB, a Agência Espacial Brasileira e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal. Pesando 1,5 quilo, o artefato terá o formato de um cubo, com aresta de dez centímetros, e ficará em órbita a cerca de 500 quilômetros de altitude em relação ao nível do mar. O primeiro nanosatélite brasileiro foi lançado em 2014.
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