Que a pandemia de Covid-19 transformou diversos setores do mercado, que precisaram, às pressas, se adaptar a um novo normal, todos já estão cientes. E, no ramo de manufatura, não foi diferente: a Transformação Digital foi acelerada por meio de inúmeras tecnologias. Mas este não foi o único impacto da crise imposta pela pandemia na indústria da transformação.
Na última década, o setor de manufatura testemunhou grandes mudanças, principalmente quando passou a adotar o modelo de negócios B2B2C, agora com o foco no cliente, contra o tradicional B2B. Isso, por sua vez, tornou os negócios mais digitalmente experientes, tanto no produto quanto nas empresas, o que levou muitos outros setores da indústria a investir na transformação, somando um equivalente a US$ 340 bilhões gastos em tecnologias e serviços nesta jornada, de acordo com o IDC.
A oscilação no ambiente socioeconômico provocada pela pandemia, no entanto, trouxe à tona decisões cruciais sobre como gerenciar esses investimentos estratégicos com longos períodos de gestação e ciclos de inovação. E embora a transformação da manufatura tenha sido bastante visível na última década, agora é provável que seja acelerada ainda mais rápido seguindo o clima econômico atual.
Diante da pandemia de Covid-19, as mudanças são lideradas pelas forças médicas, econômicas e tecnológicas. Neste momento, a aplicação dos princípios do Business 4.0 – automatizado, ágil, inteligente e na nuvem -, ajudará as empresas manufatureiras a restaurar suas operações o mais rápido possível, mas esta transformação levanta algumas questões importantes: existe capital suficiente para estabelecer uma arquitetura future-ready? É possível criá-la de forma emergencial? A verdade é que garantir o retorno do investimento não é mais essencial para a transformação.
O novo normal criou uma cadeia de valor que opera como uma rede neural – um conjunto intensamente interligado de parceiros de colaboração alinhados a um ecossistema orientado por propósitos. Isso, sem dúvidas, tornará a futura empresa de manufatura resiliente, adaptável e com novos objetivos.
A melhor parte é como isso irá se revelar no dia a dia. A Manufatura Neural é o próximo passo na evolução da manufatura ágil e independente de localização; seguindo seus princípios, as empresas se apresentarão:
• Resilientes por meio de cadeias de suprimentos conectadas, cognitivas e colaborativas.
• Adaptáveis através de uma resposta ágil à demanda do mercado, personalizando produtos e serviços.
• E terão seus objetivos orientados a se envolver com parceiros de todos os setores para oferecer uma experiência sem atrito aos clientes finais.
À medida que o setor recupera sua posição nos próximos dois a três trimestres, as empresas precisarão arriscar suas operações, repensar seu portfólio de produtos e aumentar os níveis de colaboração, tanto entre empresas concorrentes quanto com parceiros do ecossistema para dividirem custos.
O setor de manufatura tem um grande impacto em outras indústrias e um trabalho qualificado nesta área costuma gerar muito mais empregos em empresas de serviços, o que também terá um papel importante na recuperação socioeconômica global.
Esse novo modelo econômico evoluirá potencialmente em torno de novos serviços centrados no cliente, que são construídos com a reimaginação da cadeia de valor tradicional e que trazem mais liberdade nas fronteiras tradicionais entre os setores.
Por Subhanjan Ghosh, Manufacturing and Utilities Business Head para Latam na Tata Consultancy Services (TCS)
Leia nesta edição:
PRÊMIO IC - DESTAQUES DE TIC 2024
Usuários e profissionais do setor de TIC escolhem os produtos e as marcas que melhor os atenderam
TELECOMUNICAÇÕES
5G: a real revolução ainda está para acontecer
ESCPECIAL - ANUÁRIO DE TIC 2024/25
Contatos estratégicos
Esta você só vai ler na versão digital
TENDÊNCIAS
As tecnologias que estão moldando o futuro do e-commerce
Baixe o nosso aplicativo