Com o avanço das ferramentas digitais, empresas de todos os portes estão dando adeus à suas infraestruturas antigas. Por isso, à medida que a tecnologia evolui, está cada vez mais comum ver organizações promovendo a substituição de seus velhos sistemas e servidores em troca de novas aplicações nativas de Nuvem. São essas soluções, afinal, que estão permitindo escalar e agilizar as operações em uma perspectiva global, com rapidez que nunca se viu na história corporativa.
A contrapartida, porém, é que ao mesmo tempo em que essas ferramentas ajudam a otimizar as produções, elas também geram novos desafios de visibilidade sobre a performance operacional das organizações como um todo. Dessa maneira, está cada vez mais claro que as abordagens tradicionais de monitoramento já não são mais suficientes e que as equipes de TI e inovação agora precisam de uma nova estratégia para responder aos desafios da transformação de seus ambientes operacionais. É esse o tipo de resposta que a Observability traz aos negócios.
Em linhas gerais, Observability nada mais é do que a capacidade de avaliar e analisar a performance interna de um sistema a partir de seus dados externos. Ou seja, é a aplicação de inteligência para predizer possíveis oscilações ou falhas, antes mesmo que elas aconteçam e impactem a rotina dos negócios ou a experiência dos clientes.
Vale destacar que este é um conceito que está entre as principais tendências para o futuro dos negócios digitais, sobretudo à medida em que as empresas aceleram suas jornadas de transformação tecnológica, criando ambientes em Nuvem de alta complexidade e que são inerentemente difíceis de observar, avaliar e operar, devido ao seu dinamismo e número de relações.
Além disso, temos de nos lembrar de que este é um conceito que responde diretamente às necessidades e dificuldades do modelo antigo. Neste caso, é fundamental ressaltar que o monitoramento convencional da performance de aplicações (APM) surgiu quando o software era essencialmente monolítico e os ciclos de atualização medidos em anos – e não em dias, como atualmente. Hoje, o cenário é outro e a instrumentação manual e o baseline de performance já não são mais adequados, o que torna indispensável a adoção de uma forma de atuação mais inteligente.
Isso porque, conforme os monolitos são substituídos por aplicações nativas em Nuvem, as abordagens tradicionais de monitoramento não são mais suficientes e nem praticáveis – principalmente pelo fato de que os padrões de falha não são mais profundamente conhecidos e bem compreendidos e que existem bilhões de interdependências acontecendo simultaneamente.
O momento atual exige que empresas ampliem a visibilidade completa desses ambientes de microsserviços, garantindo a capacidade de gerenciamento de infraestruturas multicloud, sistemas de orquestração de contêineres como Kubernetes e muito mais. Nesse sentido, a Observability é uma quebra de paradigma na concepção da tarefa de monitoramento em si. Esse conceito reverte a ideia de que o suporte de TI deva ser reativo. Ao contrário, propõe um modelo cujo diferencial é justamente a capacidade de agir proativamente e, ainda, fornecer importantes registros para o desenvolvimento das rotinas de negócio.
Não por acaso, afinal, líderes de empresas de todos os segmentos e formatos estão buscando aprimorar suas operações e estruturas tecnológicas por meio de Plataformas de Inteligência de Software mais modernas, que levem a capacidade da Observability tradicional a um novo patamar. Hoje, com o avanço do mercado, temos visto o surgimento de uma nova classe de APM, agora com respostas automatizadas e baseadas em Inteligência Artificial, que se estendem por centenas de milhares de hosts, para encontrar as diretrizes certas do monitoramento da rede. Essa plataforma é usada hoje por muitas das maiores empresas do mundo e coloca o conceito da observação como uma função estratégica.
Nesse contexto, é importante ressaltar que a Observability, quando combinado à Inteligência Artificial e à automação, consegue entregar de maneira executável e clara todas as principais respostas necessárias para assegurar que as aplicações nativas em Nuvem funcionem perfeitamente e entreguem a melhor experiência e valor possível aos seus usuários.
A grande vantagem dessa oferta é que, ao invés de apenas monitorar indicadores e números, esse método de avaliação permite utilizar os dados gerados pelas aplicações como chave para melhorar os resultados dos negócios. Isso é especialmente importante pois, com os ambientes de microsserviços se tornando altamente dinâmicos, e evoluindo para milhares de hosts, entender os insights e obter respostas para problemas de performance em tempo real, tornam-se desafios reais.
Reconhecemos que, embora o conceito de Observability seja importante, não basta apenas “observar” os dados – a demanda, nesse instante, é encontrar a maneira certa de usar os registros e informações para gerar os melhores resultados para os negócios. Essa necessidade exige que os líderes entendam que é hora de levar a Nuvem além, expandindo seu potencial por meio de inteligência e assertividade. É isso que a inovação oferece.
Resta apenas entender quais serão as organizações capazes de entender essa exigência e transformar suas próprias estratégias. Afinal de contas, inovar não é apenas adotar mais serviços de Cloud ou qualquer outra tecnologia, mas, sim, encontrar as soluções certas para otimizar o funcionamento e a eficiência de suas empresas como um todo.
Por Roberto de Carvalho, Vice-Presidente da Dynatrace América do Sul
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