O que mais lhe interessa durante a entrega de um serviço: contar com um atendimento de qualidade ou se identificar com os valores que guiam a empresa que você contratou? Se sua resposta é qualidade, tudo bem. Para quem administra uma organização, no entanto, é preciso deixar claro que não há mais como separar essas duas ideias. Qualidade e valores andam juntos, começando com um ponto: a cultura organizacional.
É evidente que definir uma cultura própria está longe de ser uma tarefa fácil. Aliás, definir o que é cultura já é uma missão desafiadora. Acreditamos que, quando pensamos em algo cultural, estamos falando de um conjunto de tradições e crenças que nos guiam, formando um caminho de conhecimento e de suporte para as pessoas.
É exatamente por isso que a cultura organizacional é tão importante: mais do que serviços e máquinas, as operações são realizadas por pessoas, que precisam acreditar e participar do processo como agentes da transformação dos negócios. São elas, afinal, que tiram as ideias do papel, tornando-as reais e adaptadas ao contexto vivido pela companhia.
Não por acaso, estudos indicam que aproximadamente 90% dos executivos das principais empresas do planeta acreditam que a definição de uma cultura organizacional adequada é um passo essencial para impulsionar os resultados de suas organizações. Em contrapartida, apenas 15% dos líderes acreditam que suas estratégias são realmente eficazes para estabelecer um contato pleno com os colaboradores.
Empresas com uma cultura organizacional bem definida proporcionam ambientes criativos e colaborativos que motivam as pessoas a buscarem mais conhecimento, a fim de realizar entregas cada vez melhores, já que o fit cultural entre times e organização significa ter equipes mais engajadas e preparadas para alinhar o propósito dos projetos desenvolvidos. Por outro lado, a ausência deste alinhamento leva à desmotivação dos colaboradores e perda na qualidade das entregas.
Hoje, inovar não significa apenas implementar programas e equipamentos de nova geração. Antes disso, é preciso ampliar a mentalidade da empresa para agir como um organismo, propondo ideias e participando de modo ativo para o desenvolvimento dos serviços. Ao invés de uma postura vertical, a disseminação de uma cultura organizacional mais sólida transforma o andamento das ações em um modelo mais horizontal, com cada colaborador exercendo múltiplos papeis dentro da organização.
Quando pensamos em modelos ágeis de trabalho, por exemplo, estamos propondo uma organização onde as pessoas têm consciência de suas responsabilidades independentemente de suas funções atribuídas. A cultura organizacional é isso: um conjunto de pessoas que agem de forma interdependente, carregando, simultaneamente, os objetivos e crenças da empresa e dos projetos.
De certo, não é o caso de se imitar as gigantes do Vale do Silício. Nem seria o único caminho, afinal. Mais importante do que insistir em políticas vigentes nessas companhias, no caso, é trabalhar para entender o que é cultura organizacional de verdade e qual rumo a própria organização quer ter para o futuro.
O jeito para fazer isso é abrir espaço para o que é novo. Quanto mais rico for o ecossistema de colaboração da companhia, melhor será a capacidade de inovar e propor soluções assertivas para ouvir e atrair as pessoas. É isso que deve ser proposto a cada dia. O caminho está disponível e deve ser trilhado o quanto antes. Resta saber, apenas, quem está pronto para promover a transformação dos negócios.
Por Alcebíades Araújo, head de Cultura da Squadra Tecnologia
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