A indústria bancária mundial, considerada uma das mais inovadoras no uso de tecnologias de atendimento, começa agora a mirar uma onda de transformação que consistirá na escalada para a nuvem de parte de suas operações antes consideradas intocáveis.
Esta avaliação é de Eduardo Borém, diretor comercial da Flexdoc, uma empresa que há 15 anos vem participando da introdução do processamento por imagem em bancos de todos os portes.
O especialista menciona uma pesquisa da Forbes mostrando que 74% das instituições já adotaram, embora timidamente, alguma utilização da arquitetura de nuvem pública (ou híbrida) para certos serviços de front-end. “Mas só uma pequena minoria já usa a nuvem para rodar aplicações mais críticas. Isto porque, mundialmente, os bancos hesitam em deslocar suas operações de core-business para fora de seus mainframes”, afirma Borém.
Segundo o diretor da Flexdoc, esta situação irá mudar rapidamente em função de fatores conjugados. Entre eles, a multiplicação das fintechs (em cinco anos sugiram mais de 500 no Brasil) que apostam na jornada do cliente para desafiar os bancos incumbentes. Ao lado disto, há uma tendência de que a nuvem se torne o ambiente natural da economia online (e não mais uma mera opção), o que estimula os bancos a rever suas tradicionais políticas de alongamento do legado.
“Depois de ficar por décadas na vanguarda da TI, desde a instalação das redes de ATM e, mais tarde, com o autosserviço via WEB ou mobile, os bancos chegaram a um nível de eficiência muito alto, mas o apego às operações centrais 100% proprietárias só agora começa a ceder em função da transformação radical do próprio ambiente online”, prossegue ele.
Eduardo Borém assinala haver um aumento nos níveis de confiança na nuvem, ao passo que as redes perimetrais começam a ser questionadas em termos de flexibilidade e segurança.
Ao lado disso, explica ele, avanços nos marcos regulatórios também ajudam a pavimentar o novo caminho dos bancos. Ele aponta a recente resolução do Banco Central, de 4 de maio deste ano, na qual são lançadas as bases legais de funcionamento da operação compartilhada no setor – o modelo Open Banking – implicando numa revisão radical dos termos de propriedade da estrutura de processamento.
A Flexdoc prevê que a regulamentação do Open Banking deve favorecer novas formas de atração e fidelização do cliente bancário, como o registro em serviços por imagem (quase sem uso de teclado), a abolição do uso de senhas e a autenticação rápida de acesso através de onboarding digital. A empresa dispõe em seu portfólio de tecnologia e casos de sucesso fim a fim para estas finalidades.
Transformação em 50 dias
Resolvida a questão da confiança do setor na nuvem e superadas as barreiras normativas, a escalada para o novo ambiente é uma questão de poucos anos, prevê a Flexdoc. A este propósito, afirma Borém, há instituições em estado avançado de automação de fluxos de documentos e processamento por imagem, estando em situação de vantagem caso queiram atingir a nuvem mais rápido.
Seja como for, continua o executivo, “todas as instituições precisam agilizar suas jornadas de transformação digital, e de derrubada dos antigos dogmas de TI, para que possam alcançar uma plataforma de onboarding digital plena com todas as suas consequências”.
Exemplos dessa agilidade são dados por bancos que galgaram rapidamente a implementação da compensação por imagem desde que o Banco Central normatizou a compensação por “truncagem”, sem necessidade do tráfego de cheques físicos por malotes e carros fortes.
Em um processo de virada de apenas 50 dias, um grande banco brasileiro conseguiu implementar a leitura de cheques por imagem de forma simultânea em cerca de 700 agências e PABs. E nesse mesmo período, inferior a dois meses, o banco criou um sistema de custódia de cheques pré-datados com digitalização na origem, tornando imediato o registro de cheques depositados nessas máquinas.
“Esse caso de digitalização em torno de seis semanas, ajuda a consolidar a ideia de que elementos do core-business bancários são passíveis de atualização tecnológica com agilidade e sem comprometer o dia a dia dos mainframes e sem exigir a substituição do legado”, prossegue Borém.
Através de uma plataforma de orquestração de fluxos de imagens-documentos baseados em inteligência artificial, a Flexdoc vem apoiando vários bancos, seguradoras, telcos e outras indústrias na digitalização e automação total de processos críticos, tanto para fluxos financeiros como não financeiros.
Em função do novo ambiente de negócios, a empresa passou agora a oferecer sua plataforma em nuvem na forma de entrega SaaS, inclusive com a possibilidade de programação de aplicações nativas para o processamento em containers.
Entre as funções candidatas a migrar para a nuvem pública ou híbrida estão fases operacionais diretamente ligadas ao core-business, como os sistemas de validação cadastral de operações de crédito e registro (para abertura de contas, por exemplo), bem como o controle de identidades e os sistemas de autorização e autenticação de acesso. Tudo isto e mais as checagens relativas a operações câmbio, verificação, solvência e mecanismos de cobrança.
Em movimentos mais radicais, poderão subir para a nuvem também as estruturas mais críticas do “back-office” que respondem pela liquidação, compensação, custódia de documentos e compliance operacional.
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