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Educação digital com novas tecnologias é solo fértil para o canal

Reportagem publicada na mídia impressa de Infor Channel aponta que instituições de ensino reforçam o investimento em tecnologia com o objetivo de aprimorar a experiência em sala de aula e oferecer conteúdos personalizados para uma geração cada vez mais conectada
Educação digital com novas tecnologias é solo fértil para o canal

Foi pelas mãos dos alunos que a tecnologia chegou à sala de aula. Habituados ao uso do celular, os estudantes, muitas vezes, se vêem obrigados a abrir mão, por algumas horas, da sua rotina digital. As instituições de ensino já perceberam que atrair a atenção da geração conectada exige ir além da tradicional trilogia lousa, livro, professor. A competição crescente do mercado, em especial no ensino superior, e a entrada em vigor, este ano, da Base Nacional Comum Curricular, que destaca a importância das tecnologias no ensino, intensificam o movimento para trazer novidades digitais para a escola.
Soluções não faltam. As opções vão de sistemas que usam Inteligência Artificial e Analytics, para oferecer uma experiência individualizada, a soluções de projetores interativos, que permitem a troca mais intensa de conhecimentos entre professores e alunos. Isso sem falar da Realidade Virtual e Aumentada, que viabilizam uma experiência imersiva.
“A sala de aula está em dissonância com o mundo a que o aluno pertence. A tecnologia vai ajudar a preparar o profissional do futuro, desenvolvendo competências como trabalho em equipe, liderança e fluência digital”, acredita Daniel Cleffi, líder do Google for Education para a América Latina. A proposta da gigante para transformar a sala de aula é alicerçada em dois pilares: um de transformação digital e outro de mudança cultural.
No primeiro destaca-se o Chromebook, computador que, segundo o executivo, se diferencia pela “segurança, resistência e baixo custo”. Nesse pilar também se concentra a oferta do G Suite, com ferramentas como o Google Sala de Aula, que permite compartilhar conteúdos e facilitar o dia a dia do professor. Por fim, a solução de realidade aumentada, batizada de Expedições, promete uma experiência muito mais interativa.
Além da tecnologia, o Google acredita que é preciso investir em capacitação para viabilizar a transformação cultural. “É essencial que o professor saiba como usar as soluções para desenvolver suas aulas”, ressalta Cleffi.
Ciente do potencial desse mercado, o Google planeja intensificar os investimentos no canal de distribuição já no primeiro semestre. Sem revelar nomes, a empresa afirma que está desenhando seu programa de canais, mas adianta que entre os componentes de destaque estão os distribuidores, para que, por meio deles, possa atingir milhares de revendas. “Vamos ampliar nossa presença nas diversas regiões, nos setores público e privado. A proposta é criar nosso programa e somar esforços com os nossos parceiros OEM”, explica.
De acordo com o executivo, o foco será no Chrome Education Upgrade, solução de segurança e gerenciamento do Chromebook. As oportunidades para o canal serão enormes, incluindo desde a oferta de implementação do G Suite e do Chrome Education Upgrade até serviços de administração do ambiente, uma vez que muitas dessas escolas não têm equipe especializada. “Aqueles com um DNA pedagógico também poderão atuar na capacitação dos docentes”, sugere.
Conhecimento do setor será diferencial
A Lenovo também aposta na força dos canais para explorar o que eles chamam de “Mercado Totalmente Alcançável”. Diferentemente do cenário corporativo, onde a oportunidade está na renovação do parque tecnológico, as escolas estão iniciando o processo de informatização, na visão da empresa. “Os canais e distribuidores que se especializarem e entenderem o universo atual da tecnologia aplicada à Educação podem impulsionar vendas e fidelizar clientes”, acredita Augusto Rosa, diretor de Vendas por Canais da Lenovo Brasil.
Ele conta que a companhia possui um time especializado e dedicado ao segmento de Educação, que trabalha junto aos canais para entregar as soluções, entre elas o VR Classroom 2, que deve chegar em breve ao mercado. A solução, baseada no conceito de Realidade Virtual, inclui hardware, conteúdo, treinamento e suporte integrados. “Ela é desenvolvida especialmente para as escolas de ensino fundamental e médio e contém um headset e um sistema de gestão de conteúdo, além de diversas experiências mapeadas. Com ela, os estudantes podem viajar digitalmente para outros continentes nas aulas de história e geografia, mergulhar no corpo humano em aulas de biologia e muito mais”, afirma.
Para a Epson, o uso de projetores intensifica o potencial das tecnologias de Realidade Virtual e aumentada ao permitir o compartilhamento do conteúdo. “Cada vez mais as escolas buscam novidades para a sala de aula. Temos crescido cerca de 30% ao ano no segmento de projetores interativos voltados à Educação”, revela Rodrigo Machado, gerente de Negócios da Epson. O executivo explica que o projetor permite conectar até 50 dispositivos e, graças ao software que integra a solução, o professor consegue escolher até quatro alunos para projetar o conteúdo de seus devices, pode fazer e compartilhar anotações.

As instituições de ensino já perceberam que atrair a atenção da geração conectada exige ir além da tradicional trilogia lousa, livro, professor. A competição crescente do mercado, em especial no ensino superior, e a entrada em vigor, este ano, da Base Nacional Comum Curricular, que destaca a importância das tecnologias no ensino, intensificam o movimento para trazer novidades digitais para a escola  

Machado ressalta que o diferencial do projetor é o tamanho da tela, que deve ter a partir de 80 polegadas. “Estudos revelam que abaixo de 70 polegadas muitos alunos podem ter dificuldades em visualizar as informações, prejudicando a experiência”, alerta.
Para fincar presença nesse segmento, a fabricante tem apostado fortemente nos canais e possui até políticas de desconto. “As revendas devem procurar um distribuidor autorizado e o pedido é analisado pela Epson”, explica. “Por meio dos distribuidores também desenvolvemos treinamentos e, em algumas situações, é possível realizar uma demonstração da solução no cliente”, diz.
Priorizando investimentos
Entender bem a dinâmica desse mercado é um dos grandes desafios do canal. “O parceiro precisa ter a capacidade de identificar, junto com o cliente, qual projeto tem mais impacto para estabelecer prioridades e ir ganhando espaço nas instituições”, aconselha Luis Picinini, diretor de Alianças e Canais da Qlik.
A fornecedora de soluções de Analytics, aposta no uso de dados para melhorar os processos das instituições de ensino e aprimorar as relações com os alunos, oferecendo conteúdos mais personalizados. Para isso, segundo Picinini, o primeiro passo é trabalhar a imensa base de dados e transformá-los em matéria-prima para a tomada de decisões.
Alexandre Sápia, diretor executivo de soluções e serviços do SAS para a América Latina, concorda. “Os dados estão disponíveis, mas a inteligência é outro passo. É preciso criar a cultura e mostrar o potencial do Analytics dentro das instituições. O mercado ainda tem um grande potencial a ser explorado”, afirma. Segundo ele, a jornada dos dados envolve diversas etapas, como estruturação, implementação de modelos de governança e criação de dashboards de forma mais intuitiva para então partir para um processo de tomada de decisão mais rápida. Para cada etapa, a companhia conta com parceiros especializados. “Nosso modelo é baseado na capacitação de forma horizontal. Podemos dizer que é um ecossistema ainda em formação no Brasil”, destaca.
Uma vez implementados nas escolas e universidades, os sistemas de analytics, assim como os de Inteligência Artificial, são capazes de fornecer informações importantes sobre os alunos e até seu interesse por determinados conteúdos. “A Inteligência Artificial vai ser muito utilizada, viabilizando reconhecimento facial, no lugar da tradicional chamada, por exemplo. O Analytics permite olhar o desempenho do aluno e identificar suas fragilidades para agir rapidamente e evitar que ele fique desestimulado”, acredita Alcely Barroso, líder de Programa Universitários Globais da IBM América Latina.
O portfólio da companhia permite atender, especialmente, instituições do ensino médio e superior e, para Alcely, caberá aos parceiros entender a necessidade dos clientes e desenvolver as soluções com base nas tecnologias que a companhia oferece. “Oferecemos diversos conteúdos exclusivos para parceiros sobre como construir Machine Learning, Inteligência Artificial, segurança etc”. Além disso, eles podem, depois de entender o problema do cliente, desenvolver um protótipo com o apoio da IBM, usando metodologias ágeis. “Quando todos trabalham juntos e o cliente está envolvido, aumentam as chances de sucesso”, acredita Alcely.
De acordo com o MEC, incorporar as tecnologias digitais na educação “não se trata de utilizá-las somente como meio ou suporte para promover aprendizagens ou despertar o interesse dos alunos, mas sim de utilizá-las com os alunos para que construam conhecimentos com e sobre o uso dessas tecnologias digitais da informação e comunicação 

Preparando o canal
Capacitar o parceiro para que ele esteja apto a trabalhar na ampla oferta disponível é a aposta da SAP, que afirma observar um movimento intenso na América Latina na Transformação Digital de grupos educacionais. “Primeiro é necessário conhecer e buscar as certificações nas soluções da SAP para o segmento e entender a demanda deste mercado para se posicionar nas regiões corretas e da forma certa”, afirma Mario Tiellet, vice-presidente de General Business e Canais da SAP Brasil.
Com mais de uma centena de parceiros em todo o Brasil, ele afirma que aqueles que se aprofundarem nesta indústria e nas soluções emergentes e tradicionais de back office para as instituições de ensino poderão ofertar todas as soluções SAP: do Intelligent Enterprise, começando pelo Digital Core – Cloud e infraestrutura, ao S/4Hana – ERP digital, visando simplificar os processos e automatizar tarefas manuais e repetitivas.
A oferta da empresa alemã ainda inclui o Student Lyfecycle Management, solução para o gerenciamento do ciclo de vida do estudante, que contempla toda a oferta acadêmica, o processo de captação e admissão, gerenciamento da informação do estudante (cadastro, inscrição, matrícula, finanças), exames e avaliações, faltas, mudança de programa, desistência, e conclusão. O sistema já está disponível no Brasil e a customização para atendimento às exigências do MEC é realizada via ecossistema de parceiros.
Com tantas soluções, resta ao canal mergulhar nesse universo e se preparar para fazer parte desse importante projeto de transformação da Educação.
Atuação vertical
Criada em 2019, a BeduTech, empresa especializada em serviços de Computação em Nuvem, Integração e Infraestrutura, é focada no segmento de Educação e, segundo o diretor e cofundador, Cyrano Rizzo, é capaz de atender 100% das demandas de tecnologia dentro das instituições de ensino.
Para conquistar esse mercado, que também teve os investimentos reduzidos em função do desaquecimento da economia, a empresa aposta no modelo de serviços. “Por meio de uma pequena parcela mensal, é possível contar com uma solução completa desde a internet até a capacitação dos professores. Assim, podemos garantir que todas as peças se encaixam, satisfazendo os alunos e dando suporte aos professores com uso transparente da tecnologia em sala de aula”, explica.
Entre os parceiros da Bedutech nessa empreitada estão o Google e a Cisco. “Nesses fornecedores temos serviços subsidiados e alguns até 100% gratuito, o que nos permite incluí-los nas soluções sem ter impacto significativo nos custos dos projetos. Eles contam com uma vertical dedicada para a Educação. Isso nos ajuda muito, pois esse segmento não se assemelha aos demais”, destaca Rizzo.
Nova Base Nacional Comum Curricular deve impulsionar adoção de tecnologia
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC, referência para a construção dos currículos de todas as escolas do País, passa a valer a partir deste ano e destaca a importância das tecnologias da informação no ambiente escolar.
O texto da BNCC cita dez competências gerais a serem desenvolvidas no ensino básico, dentre elas uma faz referência ao tema, destacando a capacidade de “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”.
De acordo com o MEC, incorporar as tecnologias digitais na educação “não se trata de utilizá-las somente como meio ou suporte para promover aprendizagens ou despertar o interesse dos alunos, mas sim de utilizá-las com os alunos para que construam conhecimentos com e sobre o uso dessas tecnologias digitais da informação e comunicação”.

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