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NIC.br sedia evento do Unicef sobre IA e uso das TIC por crianças e adolescentes

Publicação lançada no encontro apresenta dados comparativos sobre o uso das TIC por crianças e adolescentes no Brasil, Chile, Costa Rica e Uruguai
NIC.br sedia evento do Unicef sobre IA e uso das TIC por crianças e adolescentes

O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), sediou nesta segunda (9) e terça-feira (10) o Workshop Artificial Intelligence and Children, promovido pelo Unicef. O evento teve como objetivo abordar as necessidades e desafios dos diferentes setores da sociedade, na América Latina e Caribe, em relação aos direitos das crianças e adolescentes, quando da formulação e implementação de inteligência artificial. Também buscou identificar soluções para alavancar políticas públicas sobre os direitos desses jovens, além de reunir contribuições regionais.
“Ao hospedar o workshop do Unicef, promover o Fórum de IA da Unesco no ano passado e participar de consulta pública sobre o tema no âmbito de governo, o NIC.br tem buscado participar ativamente do debate sobre os impactos da inteligência artificial”, destaca Demi Getschko (NIC.br). Durante a abertura do workshop, Getschko enfatizou a importância de pesquisas que medem o uso da Internet por crianças e adolescentes e a necessidade da colaboração entre entidades e países para discutir avanços nesta área. Cristine Hoepers (CERT.br/NIC.br) ressaltou que novas tecnologias estão em constante desenvolvimento e que os jovens precisam entender quais oportunidades e riscos estão associadas a essas tecnologias, para que assim possam se proteger da melhor forma.
Ainda durante a abertura, Florence Bauer (representante do Unicef no Brasil) destacou a ausência de um enfoque de infância e adolescência no desenvolvimento de projetos de IA. “É necessário endereçar essas questões quanto às crianças e adolescentes, para que eles possam realmente se beneficiar das oportunidades que essa tecnologia traz”. Seguindo na mesma linha, Lasse Keisalo (Consulado Finlandês em São Paulo) frisou que é preciso maximizar as oportunidades e minimizar os riscos que IA oferece.
A necessidade de preparar as crianças para viver em um mundo de mudanças tecnológicas também foi abordada por Steven Vosloo (Unicef), que salientou a importância de colocar jovens no centro das estratégias de IA, realizadas tanto por governos quanto por empresas: “A comunicação entre os setores governamental e empresarial é essencial para desenvolvermos usos mais eficientes de IA em que os jovens possam aproveitar ao máximo suas oportunidades e mitigar seus riscos”. Segundo Vosloo, as empresas precisam entender que os jovens podem acabar usando produtos que eles não tenham sido criados para este público-alvo, o que torna ainda mais necessário envolver os jovens durante o desenvolvimento de IA.
Os princípios do Unicef em relação a Inteligência Artificial foram apresentados por Virginia Dignum (consultora do Unicef). Para ela, sistemas de IA devem ser desenvolvidos para respeitar e promover os direitos das crianças e adolescentes, ser transparentes de fácil entendimento pelos jovens, e assegurando que jovens sejam capazes de ter o controle de suas próprias informações: “Precisamos pensar em uma IA mais inclusiva, colocando os jovens no centro do desenvolvimento desses projetos”.
Infância e adolescência na Era Digital
Além de participar das discussões e sediar o evento, o NIC.br, por meio do Cetic.br, contribuiu com a publicação Infancia y adolescencia en la era digital – Un informe comparativo de los estudios Kids Online de Brasil, Chile, Costa Rica y Uruguay (em português, Infância e adolescência na era digital – um relatório comparativo dos estudos Kids Online do Brasil, Chile, Costa Rica e Uruguai), editada pela Cepal com apoio do Unicef e da Unesco. Lançado nesta terça-feira (10) durante o Workshop Artificial Intelligence and Children, o relatório apresenta dados comparativos sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) por crianças e adolescentes desses países, que está disponível em espanhol em: https://www.cepal.org/es/publicaciones/45212-infancia-adolescencia-la-era-digital-un-informe-comparativo-estudios-kids-online. Ainda este ano, o Cetic.br tornará disponível a versão em português desse conteúdo.
O estudo aponta que a modalidade mais difundida de acesso à Internet é a domiciliar pelo celular, o que, segundo o relatório, representa uma forma de inclusão digital parcial dos jovens, com acesso restrito a alguns tipos de plataformas.
Os dados comparativos também mostram que nas últimas décadas o investimento em infraestrutura digital na educação primária e secundária tem sido significativo em países da América Latina, em particular nos quatro países foco da análise. Por conta disso, a integração de tecnologias nos sistemas educacionais latino-americanos tem representado uma oportunidade de ajudar crianças e adolescentes a enfrentarem os desafios e a apropriarem-se das oportunidades geradas pela cultura digital.
“O contexto escolar é estratégico para democratizar as oportunidades associadas à participação on-line de crianças e adolescentes e mitigar seus possíveis riscos. Assim, é fundamental que os docentes desenvolvam habilidades de ensino para realizar uma mediação ativa dessas tecnologias nas salas de aula”, reforça Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. Embora as políticas públicas digitais na educação voltem-se mais ao desenvolvimento de habilidades digitais, o estudo aponta que há muito a ser feito para fortalecer o papel das escolas e dos professores nesse sentido.

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