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Mercado de impressão no Brasil cai 3,3% no terceiro trimestre de 2019, diz estudo da IDC Brasil

Em julho, agosto e setembro de 2019 foram vendidas 589.893 impressoras, somando inkjet e laser, 20,48 mil a menos do que no mesmo período de 2018. Alta do dólar e cenário econômico pouco favorável colaboraram para os resultados
Mercado de impressão no Brasil cai 3,3% no terceiro trimestre de 2019, diz estudo da IDC Brasil

O mercado de impressão no Brasil registrou queda de 3,3% no terceiro trimestre de 2019. No período foram vendidas 589.893 impressoras, sendo 447.277 inkjet (jato de tinta) e 142.616 a laser. No mesmo período de 2018 as vendas foram de 470.216 e 140.157 unidades, respectivamente. Já em relação ao segundo trimestre de 2019, a queda foi maior, de 10%. Os dados fazem parte do estudo IDC Brazil Quarterly Hardcopy Tracker Q3/2019, realizado pela IDC Brasil, que atua em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações e não chegaram a surpreender. “Historicamente, o primeiro semestre concentra um volume maior de vendas de impressoras a tinta e, além disso, muitas empresas reviram suas estratégias no terceiro trimestre do ano passado, que ainda sofreu com a flutuação e a alta do dólar”, explica Rodrigo Okayama Pereira, analista de mercado da IDC Brasil.
A maior queda aconteceu nas vendas de impressoras com tanque de tinta. Foram 13,2% a menos do que no mesmo período de 2018. Já as impressoras com cartucho de tinta, tiveram um aumento de 8%, impulsionado pelas vendas de máquinas multifuncionais consideradas de entrada. “São impressoras com ticket médio menor e que acabaram influenciando também na redução da receita, que foi de US$162,4 milhões contra US$ 179,9 milhões no terceiro trimestre de 2018”, diz o analista da IDC Brasil. Já no mercado de impressoras laser, o que chamou atenção de um ano para outro foi a receita, que diminuiu 18,7%, enquanto as vendas aumentaram 1,8%. Segundo Pereira, isso se deve ao fato de o mercado ter demandado um volume maior de equipamentos laser de entrada, com velocidade inferior a 30 páginas por minuto, que é um movimento oposto ao mesmo período de 2018, quando os equipamentos mais robustos e com velocidades mais altas mostraram melhor desempenho em vendas e consequentemente elevaram a receita total do mercado naquele ano.

“Historicamente, o primeiro semestre concentra um volume maior de vendas de impressoras a tinta e, além disso, muitas empresas reviram suas estratégias no terceiro trimestre do ano passado, que ainda sofreu com a flutuação e a alta do dólar”  

A IDC Brasil destacou também o movimento de vendas de impressoras com tecnologia de impressão monocromática. “Esse modelo está ganhando mais espaço no mercado de PMEs e microempreendedores, pois o custo é menor e atende bem às necessidades de grupos de trabalho com usuários que não precisam de impressão em várias cores”, explica.
Dividido por segmento, o IDC Brazil Quarterly Hardcopy Tracker Q3/2019 apontou que 77% das vendas de inkjet foram para usuários finais e microempreendedores e 23% para pequenas e médias empresas. No caso dos modelos a laser, foi o contrário: 89% das vendas foram para o setor corporativo, que atingem de pequenos escritórios à grandes empresas e 11% para usuários finais.
Quarto trimestre de 2019 no Brasil
Segundo o analista de mercado da IDC Brasil, esperava-se um 2019 muito bom para o mercado de impressoras. “Mas, com o tempo, essa expectativa positiva foi diminuindo. A lenta retomada econômica, as oscilações do dólar e o reflexo de incertezas e outros fatores na confiança do empresário e do consumidor, por exemplo, nos levaram a reavaliar nossas projeções em relação a esse e outros mercados. Ainda assim, a IDC acredita que o mercado registrará saldo positivo em todo o ano de 2019”.
Previsões para a América Latina
Para o México, a IDC projeta que o mercado de impressão, em 2019, terá uma queda de 17,4% em unidades a laser e de 3,2% em jato de tinta, em comparação com 2018. Na América Latina, as perspectivas são mais favoráveis, principalmente no mercado de jato de tinta, que continua com a transição para cartuchos de tinta. No mercado a laser na região, espera-se uma queda de 7,4% em relação a 2018, impactado principalmente por conflitos sociopolíticos e incerteza econômica no México e em outros países da América Latina, além do processo de maturação do mercado, explica Alejandra Marino, gerente de pesquisa de soluções de imagem da IDC América Latina.
“Os conflitos econômicos na região impactaram negativamente todo o mercado de hardware, onde o mercado de impressão não foi exceção, as decisões de compra ou substituição de equipamentos foram adiadas”, acrescenta ela.
Alejandra detalha que, no México, nos primeiros trimestres do ano, os resultados foram baixos e, embora não sejam esperadas mudanças importantes, pode haver uma leve melhora em relação ao último trimestre do ano. “Por exemplo, no segmento de laser do primeiro ao terceiro trimestre, foram colocadas no mercado pouco mais de 288 mil unidades, 60% do que foi vendido em 2009, outro ano de mudança”.
A IDC Latin America identificou três tendências principais no mercado de impressão, sendo duas relacionadas à digitalização. Primeiro, há uma clara transição de máquinas de função única para equipamentos multifuncionais. Por outro lado, nos últimos anos, o mercado passou a exigir máquinas a laser mais rápidas e também com uma boa relação custo-benefício. Por último, mas não menos importante, a introdução das impressoras de cartuchos de tinta veio com grande impulso e elas conseguiram estar entre as favoritas da região.
As máquinas a laser ainda são as mais solicitadas nos Serviços de Impressão Gerenciada. Agora, em vez de procurar vendas transacionais, fabricantes e fornecedores estão mais interessados em criar ambientes de impressão de escritório que envolvam hardware, consumíveis, monitoramento e até otimização do fluxo de trabalho. Portanto, as perspectivas de crescimento para 2020 no mercado de máquinas a laser que imprimam mais de 30 ppm (páginas por minuto) são de 2,1%.
Na região, há oportunidade de crescimento também no mercado de tanques de tinta. A IDC espera um crescimento de + 5,5% até 2020, com as máquinas multifuncionais com maior relevância. No México, embora a projeção de unidades seja semelhante à de 2018, em termos de preços médios é esperado um aumento de 5,6% até o final de 2019.
Para Alejandra Marino, as tendências indicam que o mercado ainda tem espaço para crescer, principalmente no segmento de pequenas e médias empresas, onde é possível promover soluções para um ambiente de impressão ideal, no ritmo da transformação digital nos negócios.

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