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Amazon e Tesla ressignificam a sigla MBA

Conceito de Mestre em Administração de Negócios, da sigla MBA, perde força. Emerge o Gerenciamento de Negócios Ágeis. Empresas são a matriz do impacto
Amazon e Tesla ressignificam a sigla MBA

O gestor que deseja conduzir equipes e projetos rumo ao novo paradigma da produtividade deve revisar uma das definições clássicas de especialização de carreira. O MBA, cuja sigla significa: “Mestre em Administração de Negócios”, por demanda das startups, gigantes da tecnologia como Amazon e Tesla, e a disrupção estrutural causada pelo Blockchain, terá que se transformar em “Management Business Agile” (Gerenciamento de Negócios Ágeis). As iniciais permanecem, mas a ideia por trás muda profundamente o modo de agir das pessoas que estão em busca de qualificação na carreira, mesmo as que ainda não são líderes no sentido tradicional do termo. A alteração não atinge a nomenclatura dos cursos, e sim a mentalidade e a semântica dos negócios que lidam com Transformação Digital.
Vale reforçar que a Metodologia Ágil nasceu no início dos anos 2000 em campos de inovação nos EUA, em especial entre desenvolvedores de softwares, programadores independentes e times de criação. Alguns anos depois ganhou o mercado corporativo e transformou-se, por meio de um processo de autoria coletiva, no chamado Manifesto Ágil: uma filosofia da cultura tech, focada em preceitos de qualidade, ética e produtividade.

“A Agilidade é uma metodologia orientada a resultados, porém, mais fluída e adaptável à complexidade do mundo atual” 

O Manifesto Ágil propõe 4 valores para orientar desde trabalhos específicos até ideias livres, profissionais ou particulares. São eles: a) Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas b) Software (ou projetos de qualquer natureza) em funcionamento mais que documentação abrangente c) Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos d) Responder a mudanças mais que seguir um plano (de forma inflexível).
“A Agilidade é uma metodologia orientada a resultados, porém, mais fluída e adaptável à complexidade do mundo atual. Esta nova forma conceber a gestão exige profunda revisão em conceitos consagrados, mudando toda a perspectiva e a velocidade para se manter à frente e garantir sucesso na interação entre os mais importantes níveis do ecossistema de negócios: clientes, serviços, tecnologias, insights, digitalização plena, experiências do usuário e percepção de valor das partes envolvidas. Gigantes como Amazon e a Tesla são empresas agilistas, que implementam e melhoram processos ágeis em vários níveis. Este movimento está causando uma positiva onda de redefinição em cursos de especialização, afinal, os talentos terão que confrontar as demandas do mercado com pegada prática, estratégica e, daqui para o futuro, também com mentalidade ágil”, afirma Cristiano Moraes, coordenador do novo MBA em Gerenciamento de Produtos Digitais & Negócios Ágeis, da Faculdade Impacta de Tecnologia.
O fenômeno do Blockchain – tecnologia de registro compartilhado com foco em descentralização aplicada à segurança – também pode ser interpretado como um “protocolo de confiança”, que torna possível transferências ágeis de valores entre as pessoas que a utilizam para diversos fins. “É curioso, o blockchain é uma inovação com fortes princípios ágeis, muito de sua disrupção está na base da metodologia ágil, e a própria explosão das criptomoedas – ilustradas pelo Bitcoin – talvez seja o maior case do potencial ágil para redefinir as estruturas da economia e de diversos setores da sociedade, dos serviços e soluções tecnológicas ao sistema financeiro, e por aí vai”, completa Cristiano Moraes, que é engenheiro de computação com especializações avançadas em metodologias Agile, b (gerenciamento de projetos), Internet das Coisas, entre outras, e passagem pelo Babson College, em Boston, nos EUA.
A METODOLOGIA ÁGIL NA PRÁTICA DE GIGANTES DA INOVAÇÃO
1 – Case: Amazon Go – evolução do varejo

Local de referência: Nova York, Washington (em Seattle, sede da companhia) e Califórnia, em breve em outras capitais do mundo, incluindo São Paulo.
Aplicação Ágil: A Amazon oferece experiência de autonomia, rapidez, redução de filas (quase total), acesso irrestrito aos produtos e baixa ou quase nenhuma burocracia aos clientes que entram na Amazon Go, uma espécie de loja inteligente focada na interação mais agradável entre pessoas e a marca. A loja é um mix de experimentos em Internet das Coisas, Machine Learning, Data Science e muita metodologia ágil, em especial no quesito: “Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas”, primeiro tópico do Manifesto Ágil.
“Para gerenciar projetos como o da Amazon Go – que em breve serão parte rotineira do varejo em qualquer lugar do mundo, a Metodologia Ágil é indispensável. Lidar com a interface de produtos digital e consumo em espaço físico será comum em pouco tempo. Já é assim nos EUA e em vários lugares da China, por exemplo”, afirma Cristiano Moraes, da Impacta.
2 – Case: Cultura Corporativa da Tesla
Aplicação Ágil:
Todos os colabores da Tesla, não importa a esfera de atuação ou tempo de trajetória dentro da empresa, são estimulados sistematicamente a enviar e-mails (ou conversar a partir de outras formas de interação, online e presencial) com qualquer outro colaborar a fim de resolver problemas ou propor ajustes, desde que sejam da maneira mais ágil possível. Esta diretriz está disponível em diversos protocolos dentro da companhia, inclusive, na carta oficial assinada pelo CEO Elon Musk, que integra o programa de boas-vindas a quem chega à companhia. O conceito dialoga com quarto princípio do Manifesto Ágil: “Responder a mudanças mais que seguir um plano (de forma inflexível)”.
“A Tesla leva a sério os princípios ágeis. E para efeito comparativo: se nos anos 90 o Google era conhecido pelos seus engenheiros, e a Apple pelos seus criativos, a Tesla de 2019 é uma verdadeira Meca de gestores e desenvolvedores com espírito agilista. O próprio core business da companhia, que hoje se concentra na indústria automotiva, em breve migrará para a produção de energias renováveis, ou seja, a Tesla é um dos mais poderosos laboratórios de experimentação do mundo, seus produtos não se restringem a campos de atuação, mas a áreas do conhecimento. A agilidade, neste contexto, é a força motriz da companhia”, analisa Cristiano Moraes.
Quais habilidades os novos gestores precisam desenvolver para atingir o novo padrão Ágil?
– Imersão em competências digitais, disruptivas e gerenciais.
– Implementação de Metodologia Ágil em todos processos.
– Liderança baseada em UX, UI, Fluxo, Dados e Análise de Riscos.
– Concepção criadora para avançar do insight ao Design de Produtos.
– Growth Hacking, Mindset de Escala e Inteligência de Finanças no Digital.
“Estas são algumas competências essenciais, mas é claro, diferentes mercados exigirão diferentes respostas”, completa o coordenador do MBA da Impacta.
Instituição de ensino referência em TI, Gestão e Design nos níveis de Graduação, Pós, EAD, MBA, cursos livres e treinamentos empresariais. Lidera iniciativas em Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Robótica, Engenharia da Computação, Big Data, UX e Transformação Digital. É campeã na formação de alunos que conquistam importantes hackathons, eventos que recebem investimentos de gigantes como: NASA, IBM, Deloitte, Shell, Santander, Itaú, Globo e Fiesp. É uma das marcas mais admiradas pela Comunidade Tech do Brasil. A Impacta foi fundada em 1988.

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