O mercado presencia muitas notícias e novidades sobre a chamada “Guerra das Maquininhas”. Motivos para o crescimento da importância do tema não faltam: hoje já são mais de nove milhões de máquinas de cartão instaladas e dezenas de credenciadores buscando a atenção dos varejistas e prestadores de serviço em geral. O que pouco se fala, porém, é que manter toda esta enorme operação em funcionamento exige alta disponibilidade e muita segurança.
Além de expandir a presença dos pontos de venda pelo País inteiro, o crescimento do mercado das ‘maquininhas’ tem transformado a proteção das informações de vendas em um desafio cada vez maior e complexo. De acordo com dados da Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), são realizadas mais de 35 mil transações com cartões de crédito ou débito por minuto no Brasil. Além disso, aproximadamente 55% dos brasileiros utilizam seus cartões todos os dias – sendo que 80% dessa movimentação é feita exclusivamente de forma presencial, com as famosas maquininhas de cartão nos pontos de venda.
Os números acima mostram porque a segurança é uma questão especialmente importante hoje em dia. Ainda mais, no caso, quando nos lembramos de que cada compra realizada exige que as máquinas, redes, adquirentes e sistemas bancários atuem de forma integrada, operando milhares de processos simultaneamente. Isso significa, portanto, que garantir a proteção completa dos dados envolve a adoção de uma postura inteligente, que integre diversos dispositivos, tecnologias e especificações dentro de uma só visão de segurança.
Outro ponto que merece atenção é que a expansão não acontece apenas no número de máquinas instaladas ou na cobertura dos bancos e adquirentes. Além disso, há também outras demandas paralelas a serem consideradas, como a necessidade de se integrar aplicativos e soluções móveis, o surgimento de diferentes meios de pagamento e, ainda, o inevitável crescimento na quantidade de ameaças e riscos do mundo virtual. Pesquisas apontam que o roubo de dados é um dos três principais problemas para o sucesso das organizações, e isso ganha um peso ainda maior quando o assunto envolve as transações financeiras.
Vale salientar, ainda, que o processo de pagamento precisa alcançar também um tênue e difícil equilíbrio entre a proteção e agilidade, sendo rápido e seguro em todas as pontas do processo. Isso significa que manter um ambiente de pagamento seguro exige não apenas a definição de configurações de controle e prevenção às ameaças, mas também um contínuo desenvolvimento das aplicações e dispositivos que serão utilizados pelo mercado.
O setor de meios de pagamentos eletrônicos, em especial, trabalha continuamente em soluções de segurança, sempre em conformidade com as normas de segurança do PCI – conselho internacional que define as regras que garantem a segurança durante o manuseio dos dados de cartões de crédito em transações eletrônicas. No futuro, a expectativa é que essa indústria siga mudando bastante, sobretudo, diante do surgimento de novos gadgets inteligentes e da consolidação dos pagamentos por aproximação.
Além disso, será cada vez mais visível o uso de soluções avançadas, com Inteligência Artificial (IA) e Big Data, para a inclusão da análise preditiva voltada à identificação de ameaças e fraudes. As máquinas e sistemas que mesclem Inteligência Artificial e Análise de Dados permitirão avaliar milhares de atributos diferentes em um milissegundo, identificando riscos e problemas de forma muito mais rápida e abrangente. Em um mundo conectado, as novas tecnologias certamente serão protagonistas e trarão grandes benefícios para a indústria e para os consumidores finais.
O segmento de meios eletrônicos de pagamento segue fora da curva em relação a outros setores no Brasil, crescendo de forma sólida e firme. Segundo a Abecs, o último ano registrou alta de 15,5% no volume de transações, movimentando mais de R$ 440 bilhões ao redor do País. São índices como estes que demonstram a importância deste setor e porque as adquirentes e pontos de venda precisam exigir soluções seguras. Afinal, as ameaças estão sempre presentes e, mesmo assim, é preciso que os clientes continuem confiando que seus pagamentos estão realmente seguros e protegidos.
Por José Barletta, diretor de R&D para a Ingenico na América Latina
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