No ano passado, um dos principais destaques de um grande evento de tecnologia no Brasil foi a apresentação da primeira robô humanoide com habilidades de fala. Sua presença promoveu uma ampla discussão sobre o impacto das novas tecnologias em um mundo hiper conectado. Drones, robôs que auxiliam no segmento de serviços, bem como carros autônomos, são máquinas capazes de tomarem decisões baseadas no aprendizado com o mínimo da interação humana. Essa robô, na realidade, representa novas formas de negócios que serão criadas ao longo dos próximos anos.
Nesse novo ecossistema onde todas as coisas passam a sentir, se conectam e são inteligentes, vemos o surgimento das “espécies digitais” que produzirão uma enorme quantidade de dados que se tornarão inteligentes e serão orientados a operação do mundo físico para remodelar indivíduos, lares, organizações e a sociedade em geral. As palavras da moda serão cada vez mais a inteligência artificial, o blockchain, IoT, conectividade com baixa latência, volume de dados, segurança digital – e tudo isto será voltado para atender nichos de atuação, onde estes novos ecossistemas encontrarão espaço para suprirem uma demanda existente porém não atendida.
A convergência dos mundos físico e digital será marcada pela sensação de onipresença das coisas que cada vez mais se tornarão capazes de sentir. A profundidade e nitidez da percepção do mundo digital irá melhorar muitas vezes com o surgimento de vídeo 4K, 8K e até 32K. Estamos falando de 8 zetabytes de dados em 2015 que, segundo um estudo GIV- Global Industry Vision, promovido pela Huawei, atingirá 180 zetabytes de dados em 2025. O crescimento é exponencial. O desenvolvimento das tecnologias emergentes de Realidade Artificial e Virtual – AR, VR- e outras aplicações adicionarão novas perspectivas ao modo como as pessoas sentem o mundo ao seu redor, permitindo que elas ampliem sua capacidade de perceber além das limitações do mundo físico, que só serão possíveis com a melhoria da conectividade e o processamento adequado dos dados.
O mesmo estudo aponta que temos hoje algo ao redor de 10 milhões de usuários de realidade virtual e aumentada. A evolução da tecnologia trará este número para a casa dos 440 milhões de usuários no mundo. Redução do tamanho e peso do capacete, a real mobilidade sem a necessidade de fios conectados e uma palavra fundamental que é a latência viabilizarão a maturação deste tema. Não seria incrível viajar para Dubai e andar nas ruas de Roma simplesmente colocando um óculos, mas continuando sentado no aconchego do seu lar? Essas são sensações, vivências e experiências que nossos filhos terão a sorte de presenciarem. O grande ponto da realidade virtual é a criação dessa experiência imersiva nos mais diversos campos: entretenimento, saúde, educação, setor militar, etc.
Hollywood ou produtores ingleses já retratam algumas dessas situações. Sou fã de uma série chamada Black Mirror onde a tecnologia que discutimos hoje é apresentada no dia-a-dia, fazendo parte do cotidiano dos personagens. Alguns episódios são surpreendentes, outros difíceis para nos inserirmos no contexto, mas a ideia é uma só: “onde a tecnologia vai nos levar, como iremos conviver e como aceitaremos estas mudanças!”
Em todos os aspectos da vida e do trabalho, essa sensação levará a uma integração gradual dos dois mundos. Isso criará uma plataforma de base inteligente para consumo, educação, viagens e trabalho e os serviços inteligentes derivados desse sensoriamento serão encontrados em todos os lugares. Em pleno 2019, temos bicicletas e patinetes conectados e controlados por um aplicativo, temos padrões de comportamento sendo monitorados e replicados para diversos segmentos, minimizando riscos e diminuindo o tempo da curva de aprendizado para diversos temas.
Trazendo mais para nosso tempo, temos 7 billhões de dispositivos inteligentes, mas chegaremos em 40 bilhões em 2025. Destes, 8 bilhões serão smartphones, 3 bilhões tablets ou PCs e 8 bilhões de wearables. Em média, cada pessoa possuirá 5 dispositivos inteligentes e 20% das pessoas possuirão 10 ou mais dispositivos. Ao mesmo tempo, quase 20 bilhões destes dispositivos estarão conectados em tempo real.
O Mobile World Congress19 apresentou boas novidades para o público em direção as coisas que passam a sentir, se conectar e são inteligentes.
Por Sandro Paiva, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Huawei do Brasil
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