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Fintechs de crédito esperam forte expansão do mercado em 2019

Medidas regulatórias instituídas em 2018 começam a provocar efeitos positivos neste ano
Fintechs de crédito esperam forte expansão do mercado em 2019

O mercado das fintechs de crédito prevê excepcional crescimento neste ano, com forte diversificação dos serviços e produtos oferecidos, mesmo se comparado ao bom desempenho de 2018. De acordo com a Associação Brasileira de Crédito Digital – Abcd, o volume de crédito concedido pelas fintechs vem aumentando 300% ao ano. Ainda segundo a associação, existem entre 80 e 100 empresas de crédito online no país, que oferecem ao consumidor, em poucas etapas, empréstimos pela internet a taxas de juros menores em comparação com as instituições financeiras tradicionais.

O otimismo com 2019 diz respeito principalmente a medidas regulatórias que fortalecem as fintechs de crédito e tornam sua atuação independente – sem depender de um banco para atuar. Desde abril do ano passado, as fintechs de crédito, por meio da resolução 4.656 do Banco Central, foram autorizadas a atuar no mercado com independência. Para que isso fosse possível, a resolução criou duas modalidades de empresas de crédito – Sociedades de Crédito Direto – SDC e Sociedades de Empréstimo entre Pessoas – SEP. Em outubro, o decreto 9.544 assinado pelo então presidente Michel Temer teve como objetivo facilitar a entrada no país das fintechs com capital estrangeiro. Antes dele, essas empresas tinham que obter autorizações individuais para iniciar suas operações.

A concorrência fará com que haja maior oferta de produtos e serviços financeiros, com custos mais baixos para os consumidores e para as empresas, impactando positivamente a forma como os brasileiros se relacionam com suas finanças 

O presidente da Abcd, Rafael Pereira, observa que essas medidas garantem às fintechs de crédito acesso mais fácil a aportes de capital e, consequentemente, maior capacidade de competição no sistema financeiro nacional, que é conhecido por ser concentrado, cenário esse nocivo para consumidores e empresas. Apesar de as duas medidas serem de 2018, só agora, com o início das operações das fintechs pioneiras, o mercado poderá sentir efetivamente seus impactos e benefícios.

O otimismo no mercado de crédito digital para 2019 também se deve ao fato de o Brasil começar a sair de um cenário de recessão, com previsão de aumento do consumo e expectativa positiva para o mercado de crédito. De acordo com indicador da Serasa Experian, os consumidores aumentaram em 6,9% a busca por crédito no ano passado. Esse foi o melhor desempenho desde 2012. A demanda por crédito indica que as famílias estão mais confiantes com o futuro e esperam pelo retorno de um cenário de crescimento econômico sustentável.

“Ainda há uma série de ineficiências no setor financeiro que são históricas e relacionadas ao custo Brasil, mas a maneira como se consomem serviços mudou no mundo inteiro, e o crescimento das fintechs mostra esse movimento no mercado financeiro”, pondera Pereira. Os brasileiros ainda veem o crédito como algo negativo, por causa das altas taxas de juros praticadas pelos bancos nos empréstimos e financiamentos, mas a expectativa é que, nos próximos anos, com o aumento da competição proporcionado pelo fortalecimento das fintechs de crédito, o mercado seja 2 ou 3 vezes maior do que é hoje. A concorrência fará com que haja maior oferta de produtos e serviços financeiros, com custos mais baixos para os consumidores e para as empresas, impactando positivamente a forma como os brasileiros se relacionam com suas finanças.

A Abcd – Associação Brasileira de Crédito Digital  é uma associação sem fins lucrativos de âmbito nacional formada por fintechs que oferecem produtos e serviços financeiros. Em franco crescimento no Brasil e no mundo, as fintechs estão mudando a dinâmica do mercado de crédito. São três os objetivos principais da Abcd: busca de maior eficiência no ciclo de crédito, fomento de iniciativas que propiciem o desenvolvimento do mercado de crédito digital no qual as fintechs associadas atuam e criação de relacionamento institucional consistente com os reguladores e demais agentes do ecossistema do crédito.

 

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