Big Data tem sido o motor que impulsiona uma onda avassaladora de inovação nos negócios. A tecnologia, que possibilita a mineração de gigantescos conjuntos de dados – não processáveis por softwares convencionais – permitiu que vastas extensões de informações brutas fossem compreendidas, tivessem suas origens e fluxos identificados, fossem modeladas e relacionadas de forma até então inédita. Entre outros, o processamento de quantidades imensas de literatura médica por meio do Big Data possibilitou identificar o potencial de algumas drogas para tratamentos de patologias às quais não estavam relacionadas. Um exemplo foi a descoberta de que o antidepressivo Desipramina produzia inúmeros benefícios no tratamento de alguns tipos de cânceres de pulmão.
“Ocorre que, na Indústria 4.0, que se baseia na Internet das Coisas – IoT e Inteligência Artificial – IA , o processamento deve ocorrer no local de coleta e não na nuvem, que são processadores por processadores instalados muito longe do local de coleta dos dados”, observa Ubiratan Resende, diretor-geral da VIA Technologies no Brasil. Por conta dessa necessidade, cresce em todo o mundo a adoção da computação de borda, ou edge computing, que, ao invés de utilizar recursos fornecidos por grandes servidores, vale-se de redes de computadores locais para processar dados.
“Fábricas automatizadas, smart cities ou veículos autônomos, como o ônibus da Enchi Motor, que utiliza o sistema de automação veicular da VIA Technologies, dependem de máquinas que tomem decisões em tempo real. Não podem depender do envio dos dados à nuvem”, diz.
Outra vantagem da Edge Computing apontado por Resende é que ela atua em conjunto com a nuvem e pode evitar sua saturação. “O Big Data hoje é baseado em nuvem e é o destino de quantidades de dados que, além de infindáveis, vão crescer exponencialmente. Isso se dará principalmente com a adoção de dispositivos de IoT”, afirma o executivo. Resende cita um estudo da Cisco segundo o qual a crescente adoção do IoT vai impulsionar a geração de 847 zettabytes – ZB de dados ao longo de 2021. “Além desse volume exigir uma infraestrutura cada vez mais cara, ele não é, necessariamente, útil. A Cisco aponta que apenas 10% dos dados que serão gerados até 2021 serão aproveitáveis”, observa.
“O problema não são os dados, nem a nuvem, mas o fato de eles serem encaminhados sempre para o mesmo lugar. Não faz sentido enviar vídeos de um sistema de câmeras IoT que servirão para a tomada de decisões imediatas para um servidor localizado a quilômetros – muitas vezes, milhares deles – de distância”, afirma Resende. Segundo ele, um exemplo notório são os veículos autônomos. “Não se pode depender do envio de dados para a nuvem para se desviar de um veículo ou de um pedestre. A inteligência artificial demanda, cada vez mais, processamentos imediatos”.
Resende observa que a adoção de soluções do gênero deve se basear em sistemas e plataformas de Edge AI que possuam ampla capacidade de integração com as plataformas de nuvem. “É necessário que possam ser adaptáveis às necessidades de cada empresa ou projeto. As soluções da VIA Technologies, por exemplo, possuem compatibilidade com os principais players do segmento, como Alibaba, Microsoft e Foghorn”, conclui.
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