Andar pelas ruas de outro país, explorar uma floresta tropical ou programar robôs, um mundo de possibilidades, está, agora, a um clique. Formado por aplicativos, cursos online e plataformas inovadoras, este novo cenário se deve em boa parte à atuação das Edtechs (Education + Technology). São chamadas assim as empresas da área de tecnologia que desenvolvem ferramentas focadas no segmento educacional.
A onda tecnológica educacional chegou ao Brasil e já se instalou em 26 estados e no Distrito Federal. Em 2017, foram mapeadas 364 edtechs no Brasil, de acordo com o Mapeamento Edtech, da Associação Brasileira de Startups (abstartups) em conjunto com o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB). Apesar de a maior concentração ser ainda nos grandes centros, como São Paulo, os outros estados tem apresentado tendências de crescimento.
Disparado, São Paulo (43%) lidera a concentração de startups focadas no setor, seguido por Minas Gerais (11%), Rio de Janeiro (10%) e Santa Catarina (5%). O levantamento delimitou ainda a área de atuação mais comuns das empresas: 47% delas atuam com projetos voltados à educação básica, ou seja, ensino fundamental e médio.
Com experiência de mais de 20 anos em educação, o educador Marcio Donellas, um dos idealizadores do Descomplica – uma das edtechs pioneiras e de maior sucesso nacional, focado na preparação para vestibulares e exames como Enem –, avalia positivamente o crescimento da tendência no Brasil. “A tecnologia beneficia todos os envolvidos no processo da educação, alunos e professores. Não temos mais barreiras físicas, agora o saber está também no ambiente virtual. Com tanto potencial, a promessa é que o próximo ano seja de grande destaque para este segmento”, reafirma o especialista em educação e tecnologia.
Existem tantos outros nichos educacionais que podem ser otimizados, como o de educação a distância e também o ensino de línguas estrangeiras
Saindo da curva, Dornellas conta que seu atual projeto foge da tendência nacional de programas voltados ao ensino básico. “Existem tantos outros nichos educacionais que podem ser otimizados, como o de educação a distância e também o ensino de línguas estrangeiras”, prospecta. O novo trabalho do especialista será uma plataforma que pretende “desengessar” a forma de ensinar inglês. “Com os recursos disponíveis, o programa irá apostar, finalmente, na imersão da conversação e abordagens mais modernas”, antecipa o educador.
Assim como tantos outras que estão em desenvolvimento pelo país, a plataforma está prevista para ser lançada em breve. A expectativa é que o setor das edtechs seja aquecido em 2019 e o Brasil entre de vez na tendência mundial. E mercado é o que não falta. O país conta com 184,1 mil escolas, cerca de 50 milhões de estudantes (de todos os níveis), em média 2 milhões de professores e mais de 200.000 instituições de ensino reguladas.
Formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) em licenciatura matemática, Márcio Dornellas, 40 anos, acumula experiência de mais de duas décadas na área educacional. Desenvolveu projetos, lecionou aulas, dirigiu e coordenou instituições. Atuou no desenvolvimento de iniciativas pioneiras que unem tecnologia e educação. Com ampla expertise, atualmente é empresário e trabalha em projetos voltados ao segmento educacional
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