O data center proprietário foi a base da arquitetura de tecnologia das empresas. Com o passar dos anos e com o avanço do mercado de cloud computing, as operações das companhias se expandiram para além do perímetro físico e a estratégia de manter um data center próprio se tornou econômica e estrategicamente inviável para as operações.
Uma infraestrutura de armazenamento de dados adequada acarreta altos custos e muita dedicação para o gerenciamento. Para se ter uma ideia, cada data center de alto padrão, com todas as certificações de mercado, custa cerca de US$ 60 milhões e demanda uma equipe de suporte 24/7.
Dessa forma, a necessidade de ter um ambiente com alta performance, custos competitivos e disponibilidade fez com que muitas empresas buscassem mesclar a terceirização de data centers com ambientes em cloud, pela facilidade de expansão em momentos específicos, o que gera naturalmente a adoção de uma estratégia de nuvem híbrida e um sistema de nuvens múltiplas (multicloud). Segundo a consultoria Gartner, a multicloud será comum para 70% das empresas até 2019, e em 2020, 90% das organizações vão adotar a opção da nuvem híbrida.
Nesse cenário, a interconexão entre os ambientes de nuvem, conhecida como cloud connect, é um fator crítico para o bom desempenho dos negócios, pois garante a funcionalidade das operações.
O Gartner aponta que, hoje, 95% das conexões entre ambientes de nuvem ocorre via internet. Apesar de bastante comum, esse formato fica sujeito a diversas interferências externas – ameaças físicas e virtuais – prejudicando sua viabilidade.
A alternativa mais segura e eficiente de conectar diversas nuvens é por meio de fibras de conexão direta, que garantem agilidade e segurança no acesso aos dados. Entre os benefícios dessa estratégia, podemos destacar o aumento da capacidade e diferentes opções de conectividade: a rede de fibra óptica permite conectar cloud providers, data centers de terceiros e operadoras de telecomunicação e, até mesmo, o escritório do cliente. Além disso, a conexão direta oferece alta disponibilidade entre o ambiente físico e a nuvem, baixa latência, segurança e resiliência de acessos.
Esse é um movimento que ainda está no início no Brasil e na América Latina, porém, observamos que a migração das empresas para a nuvem está em ritmo de crescimento contínuo e progressivo, o que nos dá segurança em afirmar que os próximos anos ainda serão de grandes oportunidades no mercado de tecnologia e telecomunicações.
Quando falamos em América Latina, por exemplo, a consultoria IDC aponta que o mercado de cloud computing na região crescerá a taxas superiores às verificadas nas demais localidades do mundo. Quanto às estratégias de cloud connect, a previsão é que, em 2019, 70% das conexões com cloud pública serão por meio de redes de fibras por conexão direta (Gartner).
Nesse contexto, o Brasil está em um ponto estratégico, sendo sede das operações de diversas empresas multinacionais que demandam pelos serviços gerenciados de nuvem. Por isso, pensar na interconexão entre clouds é fator essencial para os próximos anos. Conectar de forma segura e rápida os ambientes físicos e os ambientes da nuvem é uma estratégia que dever ser considerada para atender o rápido movimento e expansão das empresas.
*Marcos Siqueira é diretor de Serviços da Ascenty
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