Pelo terceiro ano consecutivo, a Logicalis, empresa global de serviços e soluções de tecnologia da informação e comunicação, analisou o mercado brasileiro para chegar a um retrato de sua maturidade em relação à adoção de soluções de Internet das Coisas (IoT). Além disso, desta vez, o estudo amplia o cenário pesquisado para incluir também Argentina, Chile, Colômbia e México, buscando um retratar a realidade da América Latina em relação ao tema.
Diferentemente das edições anteriores, em que a área de inovação liderava as iniciativas de IoT, em 2018, 68% dos projetos estão sob responsabilidade da área de TI. O nível de adoção (já adotado ou em processo) de IoT na América Latina é de 32%, e outras 18% de empresas afirmam que iniciarão os projetos nos próximos 12 meses.
Os benefícios percebidos com os projetos de IoT se equilibram entre eficiência operacional, produtividade, inovação e melhoria na experiência do cliente. Inteligência artificial, plataformas, sensores e dispositivos são os temas que ainda requerem maior capacitação para desenvolvimento do tema pelas organizações.
“Há três anos, os executivos conheciam muito pouco sobre IoT. Passada a curiosidade e a euforia iniciais, projetos interessantes começam a ser implementados em diversos segmentos de negócio com a seriedade e robustez que o tema demanda. E, ao expandir o estudo para América Latina, percebemos que não há um país que se destaque de maneira isolada. A revolução é global e mostra seus reflexos de maneira clara na região”, afirma Yassuki Takano, diretor de consultoria da Logicalis.
Maturidade
Para 40% dos respondentes brasileiros, IoT é uma tecnologia de alta ou muito alta importância para seus negócios – número um pouco maior do que os 39% de 2017 e 27% de 2016. Além disso, os executivos que consideram que essa tecnologia será fundamental para os negócios nos próximos 3 a 5 anos cresceu quase 20 pontos percentuais desde a primeira edição da pesquisa, em 2016, subindo de 62% para 81%.
Os países latino americanos parecem um pouco mais conservadores: 37% dos participantes ainda veem IoT como pouco relevante para suas empresas, embora 57% acreditem que ela terá importância alta ou muito alta em um horizonte de 3 a 5 anos.
Atualmente, 17% dos brasileiros já adotam a tecnologia, e 38% estão em processo de adoção. O resultado é similar à edição anterior, que registrou 18% e 40%, respectivamente. A situação nos demais países da América Latina também é semelhante: 16% já têm projetos de IoT e 34% planejam ter uma solução em operação no próximo ano. O destaque é o Chile, onde 27% dos respondentes já possuem iniciativas e outros 23% devem lançar novos projetos até o final de 2019.
Benefícios
A eficiência operacional (18%) continua sendo o principal benefício buscado pelas empresas brasileiras, seguida por aumento de produtividade e agilidade (17%) e inovação (16%), sendo a melhoria na experiência do cliente uma consequência dos projetos. Na América Latina, diferentemente do Brasil, a maioria dos projetos tem como principal benefício a inovação (20%), seguida por melhoria da experiência do cliente (15%).
Ao avaliar os benefícios da internet das coisas por setor, a pesquisa deixa claro que as empresas, de modo geral, têm investido na tecnologia para resolver questões estratégicas e ligadas ao core business. Em manufatura, o principal deles é a eficiência operacional (21%); produtividade/agilidade é o ponto central para o agronegócio (20%) e melhorar a experiência do cliente é destaque no varejo (21%).
Desafios
Orçamentos para projetos de IoT ainda parecem ser um tabu nas empresas e a maior parte dos participantes preferiu não falar sobre o tema. Entre os respondentes, no entanto, o cenário é bem otimista. Dos 45% que revelaram os investimentos, 52% têm um orçamento para IoT pela primeira vez e 22% tem um montante maior neste ano. No âmbito da América Latina, pouco mais de 43% falaram sobre o tema, e 52% deles têm um budget maior em 2018.
Não por acaso, a questão financeira lidera a lista das principais barreiras para que os projetos de IoT deslanchem (26%). Em seguida, a cultura organizacional (12%), a falta de conhecimento sobre IoT (9%), a ausência de fornecedores especializados (6%), a infraestrutura de telecomunicações (5%), a baixa qualificação das áreas de TI (4%) e a falta de mão de obra capacitada (3%) aparecem na lista das dificuldades para o avanço da internet das coisas nas empresas. Tudo isso, cria um cenário de incertezas e dificuldades técnicas para as empresas que vislumbram os benefícios conferidos pela internet das coisas.
Metodologia
O estudo, realizado em parceria com a Stratica, entrevistou 272 executivos de grandes empresas, entre julho e agosto deste ano. Além disso, conta com 12 entrevistas em profundidade.
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