*Por Renato Auriemo
Desde que o conceito de coworking se espalhou pelo Brasil, esse modelo de atuação do mercado imobiliário e do mundo do empreendedorismo se transformou, ganhou força e continua se renovando. O Censo Coworking Brasil 2018 apontou que atualmente existem cerca de 1.194 espaços como esses, nas capitais e no interior. Em 2017 esse mercado cresceu mais que o dobro e, embora neste ano a taxa tenha caído um pouco em relação aos números anteriores, o crescimento ainda é acelerado. Segundo pesquisa feita pelo Buildings, primeira empresa brasileira especializada em pesquisa imobiliária corporativa no Brasil, só em São Paulo, o mercado de coworking cresceu 250% em um ano.
O cenário foi se desenhando dessa maneira, não somente por conta da crise, quando algumas empresas foram obrigadas a reduzir o número de funcionários, mas também pelos altos custos para se locar um espaço, como os gastos com aluguel, condomínio, IPTU, manutenção, entre outros. Em contrapartida, por meio dos coworkings, que têm deixado de lado aspectos apenas de “espaços diferentes” e adotado uma característica de hubs de inovação, é possível obter uma maior flexibilidade quanto à quantidade de colaboradores, caso o quadro aumente ou diminua; não é necessário investir muito dinheiro; e os processos são feitos de maneira mais rápida e com menos burocracia que os aluguéis de salas comerciais convencionais.
O que vemos no mercado, em linhas gerais, é que a transformação digital chegou, de fato, ao setor imobiliário e quem não acompanhar essa tendência está fadado ao fracasso. Esse movimento também acontece porque vemos crescer o número de grandes empresas (muitas até mesmo tradicionais) que buscam se instalar em espaços compartilhados, justamente pela atmosfera de inovação e networking qualificado. Afinal, esses ambientes proporcionam uma troca de conhecimento entre profissionais e organizações de diversas áreas, gerando, inclusive, novos negócios.
Uma pesquisa recente feita pela JLL, empresa de serviços em mercado imobiliário e investimentos, e da consultoria de gestão UnWork, apontou que a previsão é que até 2030, 30% dos ambientes corporativos serão flexíveis, incluindo espaços de coworking, incubadoras e aceleradoras. Ou seja, a transformação digital é um caminho sem volta e de rápida evolução. Seu negócio está pronto para os novos tempos?
*Renato Auriemo, CEO do Co.W., coworking que tem como objetivo conectar empresas, novas ideias e culturas diferentes em um clima voltado ao networking e à construção de um futuro cada vez mais próspero e empreendedor. Com unidades em São Paulo e Joinville, a empresa possui como clientes a Oracle, Unilever, entre outros.
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