Artigo
Marcelo Oliveira Sá, executivo de negócios da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil
A indústria e o varejo esperam um bom volume de vendas na próxima Black Friday. Para garantir esse sucesso, entretanto, todos os envolvidos na cadeia de produção, venda e entrega precisarão encarar um novo desafio, que é manter a qualidade dos dados de produtos em dia. Ou seja, atualizados em todos os bancos de dados dos sistemas de automação. Isso porque a Secretaria de Fazenda (Sefaz) passou a verificar e validar dados que constam das Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) emitidas. Um deles é o GTIN – Número Global de Item Comercial, na sigla em inglês.
O GTIN é o número de identificação que uma empresa atribui para o produto do qual é dona da marca. Ele acompanha o código de barras na embalagem e sua função é identificar itens em toda cadeia de suprimentos. Ou seja, a indústria cria e os parceiros usam para a movimentação, distribuição, venda e gestão, seja no varejo online seja no offline.
Quando a nota fiscal é emitida e enviada para validação da Sefaz, o órgão verifica se o GTIN é um número válido – entre diversas informações. Para isso, usa uma base de referência da organização responsável pela padronização e atribuição deste número. O padrão mais usado no mundo é o GS1. Se o GTIN passar na validação, a NF-e seguirá seu caminho natural. Caso ele seja inválido, a NF-e será rejeitada. Resultado, a venda não acontecerá. É necessário garantir que os GTINs cadastrados nos bancos de dados de produtos e plataformas estejam corretos para a NF-e não ser rejeitada.
Para que isso frustre os resultados, todos os envolvidos – indústria, distribuidor, varejista on/off e marketplace – devem se conversar e começar a sanear, ou melhor, qualificar as informações de produtos nos seus bancos de dados, incluindo o GTIN. Alguns serviços são recomendados para ajudar neste processo de qualificação: o GEPIR e o CNP (Cadastro Nacional de Produtos). O GEPIR é uma ferramenta onde se digita o GTIN para saber se está válido, enquanto e o CNP é um banco de dados de produtos onde se pode verificar o GTIN e outras informações do produto. Parte dessas informações, aliás, são as mesmas que constam na validação da NF-e.
Sabemos que sanear um banco de dados dá um certo trabalho, interna ou externamente. Mas não se pode pensar em fazer isso apenas para ter a nota validada. Deve ser encarado como uma oportunidade de melhorar os negócios. Para o comércio online, por exemplo, o GTIN, num processo de busca e “match”, possibilita apresentar exatamente o produto que o consumidor deseja ver. E, quanto mais claras as informações apresentadas para o consumidor, maior a conversão, pois se elimina a barreira da dúvida, o que facilita a tomada de decisão.
A dica é não esperar o dia 23 de novembro para começar a se mexer. Para o faturamento de R$ 2 bilhões da última Black Friday ser superado, o time precisa começar a jogar hoje!
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