Por Felipe Azevedo
Pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE), realizada em 2015, alertou que a falta de reconhecimento era o que mais desmotivava os jovens. O estudo “Quais são as situações mais desmotivantes” contou com cinco alternativas e 56,61% dos entrevistados responderam que não ser reconhecido configurava-se como o principal fator para a desmotivação.
Outro levantamento realizado pela PwC em 2011 identificou que quase 60% dos entrevistados gostariam de receber feedback diariamente ou semanalmente – número que aumentou para 72% entre funcionários com menos de 30 anos. Além disso, mais de 75% dos entrevistados acreditam que essa prática é valiosa e cerca de 45% deles também valorizam o feedback de seus colegas e clientes. A surpresa foi que menos de 30% disseram que o recebem.
Estudos como esses evidenciam que as novas gerações têm, há algum tempo, enorme necessidade por feedback frequente, mas nem sempre encontram isso nas organizações. A Forbes já destacou que uma em cada três companhias se move em direção a um modelo de gestão de desempenho mais contínuo. E a sua empresa? Já começou a discutir o assunto? Se ainda não, destaco três motivos para iniciar já:
1 – Espaço para crescer
Quando o feedback é aplicado de forma orgânica e “real time”, o colaborador passa a ter uma compreensão mais clara de suas oportunidades de desenvolvimento no momento em que o ponto a desenvolver é identificado. Isso evita uma série de transtornos, como a perda de talentos pela falta de transparência nas práticas de reconhecimento da empresa ou o não redirecionamento de ações que impactarão nos resultados do indivíduo e da organização. Além disso, um acompanhamento próximo ajuda a manter as metas individuais e de negócio alinhadas e sob gestão permanente.
2 – Mais colaboração
Embora o feedback seja considerado uma ferramenta indispensável ao crescimento, é preciso reconhecer também a sua importância no incentivo à colaboração. Por meio da avaliação do líder, da equipe e de colegas, é possível fomentar um ambiente mais positivo para o desenvolvimento do funcionário, pois, ao mesmo tempo que aprende, o profissional também contribui com o crescimento dos demais colegas. Além de gerar engajamento, tal prática desperta sentimentos de pertencimento e gratidão com a empresa.
3 – Inovação constante
Eric Ries, criador da estratégia Lean Startup, apresenta algumas máximas para empresas que desejam inovar: “Falhe, aprenda e tenha sucesso”. Na metodologia Lean, o fracasso é inevitável, mas é necessário que ele seja superado de forma rápida e indolor. A importância do feedback contínuo segue o mesmo raciocínio. A prática possibilita implementar ações corretivas com mais agilidade, já que o profissional visualiza imediatamente os resultados obtidos com o seu desempenho.
Então, como tirar essa prática do papel? Para promover a cultura do feedback contínuo, as empresas precisam da tecnologia para instrumentalizar líderes e colaboradores. Mesmo que aplicados constantemente, feedbacks sem registro podem cair na informalidade, prejudicando o processo de desenvolvimento. Afinal, o colaborador nem sempre irá perceber que está sendo avaliado e recebendo uma orientação específica para seu aprendizado. Por isso, investir na tecnologia é o melhor caminho. Só ela é capaz de liberar tempo das pessoas, oferecer ferramentas modernas para engajar os talentos e permitir que as empresas tomem decisões com inteligência.
Felipe Azevedo é Vice-Presidente da LG lugar de gente. É especialista em Serious Games e Plataformas de Gestão de Pessoas, com mais de 15 anos de experiência em projetos de business games e tecnologias aplicadas à educação. Formado em Sistemas da Informação pela UNESP com MBA pela Business School São Paulo (BSP) e certificado em Big Data pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).
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