Há no e-commerce a falsa crença de que o boleto bancário é o meio de pagamento on-line mais seguro que existe. Esta afirmação, porém, não é verdadeira. A Konduto, empresa brasileira especializada em análise de fraudes, desvendou os três principais tipos de golpes envolvendo boletos, práticas criminosas que podem lesar não só o consumidor como também o lojista.
Segundo a empresa, o cartão de crédito é o meio de pagamento mais seguro para quem quer comprar na internet. Afinal, sempre que o consumidor identificar uma cobrança indevida em sua fatura, pode solicitar o estorno daquele valor junto à operadora de cartão. O mesmo não se aplica no caso do pagamento de boletos falsos: os bancos raramente se responsabilizam por este tipo de golpe, e é muito difícil reaver o dinheiro.
Confira as práticas ilegais mais comuns envolvendo o boleto:
1. Bolware (vírus do boleto): Por meio de um vírus instalado no computador do cliente, o criminoso consegue alterar os dados digitáveis de um boleto bancário (conta recebedora e o valor), fazendo com que a quantia seja transferida para a conta dele ou de um laranja. Na visão do e-commerce, o boleto original nunca foi pago. Na outra ponta, o consumidor acha que realizou o pagamento, mas não recebe o produto.
Para evitar a ação do bolware nas fraudes de boleto, é imprescindível utilizar um bom antivírus no computador e conferir se os seus dados e os do lojista foram preenchidos corretamente no boleto.
2. Sequestro de estoque: Este golpe se caracteriza quando um e-commerce concorrente compra uma grande quantidade de produtos que estão em promoção na loja, utilizando o boleto bancário como meio de pagamento. A partir desse momento os itens ficam reservados para este suposto cliente, que não efetua o pagamento do título e impossibilita que os consumidores legítimos adquiram o produto. Ou seja, os boletos nunca serão pagos, irão vencer, os pedidos serão cancelados e o lojista ficará sem vender aqueles itens.
Em linhas gerais, todos os produtos que poderiam ser sucesso de vendas ficarão encalhados. Em paralelo, o concorrente que sequestrou o estoque consegue atender os clientes reais e vender, obtendo lucros de maneira desleal.
Os lojistas concorrentes aproveitam para agir desta forma especialmente em datas sazonais. Para evitar prejuízos, é preciso que a loja virtual utilize uma solução antifraude que seja capaz de realizar a análise de pedidos em boleto e identificar comportamentos suspeitos.
3. Golpe do vendedor falso em marketplaces: Neste caso, o fraudador cria uma conta em carteiras virtuais (e-wallets) ou cartões de crédito pré-pagos e gera boletos para depositar
dinheiro para si. Entretanto, em vez de o próprio criminoso pagar aquele título, ele cria um anúncio falso de um produto em marketplaces e, durante a negociação com um possível comprador, tenta direcionar a conversa para outro ambiente (como a troca de e-mails ou WhatsApp, por exemplo) prometendo um desconto mais atrativo. Com isso, ele induz a vítima a pagar o boleto falso. O dinheiro cai na conta e o produto nunca é entregue.
Nesse cenário, o marketplace não é obrigado a se responsabilizar pelo golpe, uma vez que o pagamento não foi realizado pela plataforma e a negociação foi direcionada para fora do ambiente “seguro” da empresa. Entretanto, esta prática gera uma experiência muito ruim para o cliente, que fica com a sensação de que a loja está indiretamente envolvida com a fraude.
Para evitar esse tipo de golpe, o cliente deve sempre concluir a compra e realizar pagamentos dentro da plataforma dos marketplaces. As empresas, por sua vez, devem sempre contar contar com uma boa análise cadastral e de risco na hora de aceitar a abertura de conta de vendedores.
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