Prorrogação do prazo revela que empresas ainda não estão preparadas para a novo
sistema do Governo e precisam investir em tecnologia para estar em conformidade
A Receita Federal concedeu às médias empresas – que faturam entre R$ 4,8 e R$78 milhões – mais tempo para inserção de dados no eSocial, novo sistema que centraliza informações de empregadores e empregados. A iniciativa visa atender um pedido das companhias, ampliando em um mês a primeira fase do programa e adiou a segunda etapa no mesmo prazo, o que mostra que as empresas ainda não estão preparadas para a nova obrigatoriedade fiscal.
Mais de um milhão de empresas já se cadastraram na nova plataforma do Governo, porém, muitas encontram dificuldades para concluir o processo. Segundo Robinson Klein, CEO da Rede Cigam, fornecedora de software de gestão empresarial (ERP, CRM, RH, PDV, BPM, Mobile e BI), as companhias precisam investir em tecnologia para automatizar processos e, assim, atender com facilidade os requisitos da nova norma.
“As empresas devem buscar rapidamente soluções em tecnologia que dialogam com a nova base de dados do Governo. A quantidade de informações que devem ser inseridas no e-Social é muita e elas devem ser consistentes, caso contrário deverão ser reinseridas, gerando retrabalho e perda de produtividade”, avalia Klein.
Segmentos como o varejo, por exemplo, que tem alta rotatividade, além de contratações no formato de “primeiro emprego”, terão de ter cuidados redobrados e imprimir maior rapidez na entrega dos documentos de formalização desses contratos de trabalho.
“São processos complexos que demandam tempo e energia. Um sistema de gestão empresarial já adaptado às obrigações do eSocial garante a consistência das informações entregues, além de permitir que os recursos sejam empregados em tarefas estratégicas, aumentando a produtividade da operação”, analisa Klein.
O eSocial unifica as informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas dos empreendedores em um banco de dados administrado pelo governo federal, integrando dados do Ministério do Trabalho, da Caixa Econômica, da Secretaria de Previdência e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), além da própria Receita.
A ferramenta não trará mudanças nas regras trabalhistas e dará mais precisão e agilidade nos processos. No entanto, será preciso mais atenção, pois a transparência acarretará uma maior cobrança governamental. Dessa forma, é preciso se adaptar e estar atento a essa nova exigência.
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