Por Nuno Bianchi*
Se você conhece o jogo de futebol virtual FIFA, da Electronic Arts, sabe que normalmente todos os 11 jogadores da equipe são controlados por apenas uma pessoa. Por anos, o game era jogado dessa maneira e assim se popularizou. O que você possivelmente não sabe é que existe uma forma diferente de jogar, que vai muito além do individualismo. Um modo dentro do jogo que permite que 11 pessoas controlem os 11 jogadores, cada um na sua posição. Bem-vindo ao Pro Clubs.
A modalidade Pro Clubs foi apresentada aos tradicionais jogadores do game na edição 09 do FIFA e completará 10 anos em 2018. Apesar disso, muitas pessoas ainda não conhecem ou negligenciam o potencial competitivo e a diversão da modalidade. O modo, que permite partidas com até 22 jogadores ao mesmo tempo, começa agora a ganhar o seu espaço, sobretudo com a explosão das competições de eSports no mundo.
E no Brasil, não é diferente. De acordo com a consultoria Newzoo, o FIFA é o título assistido com mais frequência pela audiência de eSports no País. Somado a isso, o mercado brasileiro de jogos cresce a cada ano – ainda segundo a Newzoo, temos hoje 75,7 milhões de jogadores, que vão gerar uma receita de US$ 1,5 bilhão este ano. É nesse movimento que a modalidade Pro Clubs, com seu caráter competitivo, pega carona.
Apesar de ainda ser pequena em comparação com o universo total de jogadores de FIFA, a comunidade de Pro Clubs é bastante estruturada e ativa. E o grau de profissionalização e competitividade vem crescendo. Já existem diversas equipes associadas a clubes de futebol que investem em jogadores. Exemplos são o Atlético-PR e o EC Vitória (BA). Além disso, grandes marcas já apostam nesse mercado, como é o caso Ponto Frio – a varejista escolheu licenciar uma equipe de Pro Clubs – a Nissin, que adquiriu os naming rights do maior torneio da temporada – e a Amazon, que abriga as transmissões através de seu serviço de streaming, a Twitch.
Com isso, os campeonatos virtuais de futebol de Pro Clubs passam também a ganhar importância para as equipes e seus jogadores. E estas também passam por um processo de profissionalização, oferecendo estrutura, suporte e principalmente premiações que justifiquem todo esse processo. É uma demanda da comunidade para que passe a ganhar força e atraia cada vez mais adeptos.
A VPSLeague, a principal liga de Pro Clubs do País, conta hoje com 40 mil jogadores cadastrados na sua base. No atual Campeonato Brasileiro de Pro Clubs (CBPro), do FIFA 18, 400 times foram inscritos, divididos nos circuitos Profissional e Amador. Além das equipes do Atlético PR e do EC Vitória (BA), a competição contou com a participação do Gama (DF), do XV de Piracicaba, Doze (ES) do Botafogo-PB. Além disso, equipes de eSports como a Black Dragons e a CNB (equipe de eSport que tem como um de seus sócios o ex-jogador Ronaldo Fenômeno) também marcaram presença.
Cada vez mais a modalidade Pro Clubs vai ganhar espaço entre jogadores, equipes de futebol, marcas e da própria mídia, que percebe o potencial de audiência do eSport como entretenimento. A evolução do futebol virtual contribui para isso, atualizando a maneira que novas gerações vivem a paixão pelo futebol, e mudando a forma com que fazem suas escolhas de consumo relacionadas ao esporte. O individualismo, como conhecíamos antes, será deixado de lado, o espírito cooperativo passará a dominar e o sonho de se tornar um jogador de futebol profissional poderá se tornar realidade, mesmo sem sair de casa.
*Nuno Bianchi é sócio-diretor da VPSLeague, principal liga virtual de futebol profissional do Brasil. https://www.vpsleague.com/
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