Pare por alguns minutos e me responda: uma pessoa nascida em 1998 já poderia estar no mercado de trabalho? Por mais estranho que isso possa soar aos ouvidos de profissionais mais velhos, a resposta é sim. Essa parcela da população é a representante mais velha da Geração Z, ou também chamada de “pós-millennials”.
O ponto crucial deste artigo é destacar a importância de entender esse público e como extrair o melhor dele dentro das empresas. Em termos de representatividade, a Geração Z já compõe mais de 70 milhões de pessoas apenas nos Estados Unidos, ou seja, 22% da população. Além disso, eles já controlam o equivalente a US$ 44 bilhões em poder de compras, segundo estudo do banco Goldman Sachs, em 2017.
Diante desse potencial de público, em termos de tamanho e poder financeiro, muitas empresas têm se preocupado em como atrair e reter os talentos da Geração Z. Para isso, é preciso levar em consideração que eles já nascem sob a forte influência da internet e não sabem muito bem como viver sem ela. Além disso, por terem sido criados pela geração X, que passou por forte stress econômico, tensões socioeconômicas e guerras internacionais, esses recém-chegados ao mercado de trabalho possuem uma visão menos idealista e mais pragmática de mundo.
Segundo dados levantados pela EN Garde, agência digital, até 2020 essa geração irá compor o maior grupo de consumidores em todo o mundo. Além disso, são pessoas que acreditam muito na diversidade, igualdade e não discriminação em todos os âmbitos sociais. Em relação ao trabalho, eles desejam empresas onde possam alcançar a auto-realização e ter um bom clima organizacional.
Outros pontos que recrutadores devem levar em conta quando abordam a geração Z é que a qualidade de vida é um dos itens que esses jovens não abrem mão ao escolher uma carreira. Segundo o estudo “Carreiras em transformação”, realizado pela Page Talent e Inova Business School, 68% dessas pessoas acreditam que as empresas mais atrativas são as que vão além de um plano de carreira e possuem em sua essência ações que preservem a vida pessoal de seus funcionários. Em seguida, como favoritas, estão as companhias que estão atentas a responsabilidades sociais (48%), cuidados ambientais (29%) e inovação e tecnologia (28%).
Estou citando todos esses dados para mostrar que recrutadores e empresas que desejam atrair, reter e desenvolver talentos que fazem parte da geração Z precisam entender a fundo seus comportamentos e preferências, não só profissionais, mas também em suas vidas pessoais. Afinal, eles estão chegando ao mercado de trabalho e procuram por oportunidades que proporcionem, não só um bom salário, mas também um propósito alinhado com seus valores.
Por isso, tem aumentado a quantidade de ferramentas e soluções disponíveis no mercado que ajudam os recrutadores e gestores de RH no diálogo com esse público. Uma delas é o Mapeamento Comportamental, que possibilita ir além das informações contidas no currículo e analisa tendências de comportamento e competências, permitindo inclusive que gestores investiguem como cada candidato reagiria a determinadas situações.
Portanto, podemos concluir que, com a chegada da geração Z ao mercado, as empresas e departamentos de RH precisam acompanhar a velocidade e demanda dessa parcela da população. Por isso, nada melhor do que ter a tecnologia e a inovação como aliadas no processo de desvendar o comportamento desses jovens trabalhadores.
*Mônica Hauck é Fundadora da Solides
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