por Wagner Bernardes*
CEOs, CIOs e todo o board têm de lidar com um complexo combinado de variáveis na definição da estratégia de negócios: de um lado, são impelidos a adotar mudanças rapidamente, já que a transformação digital acelera tanto o surgimento de tecnologias revolucionárias quanto o de concorrentes que, pela característica nativa digital, são mais ágeis e inovadores. Do outro, a instabilidade econômica e política enfrentada em alguns países da América Latina demanda cautela na definição de rotas, principalmente as que apontam para novos cenários. Em meio ao caos, organizações que não conseguirem ajustar o timing da tomada de decisão colocam em xeque sua sobrevivência – e isso não é exagero ou alarmismo.
A inércia não pode ser considerada uma opção, assim como manter o jeito antigo e moroso de planejar e executar também é uma atitude perigosa. Adotar o conceito ágil e interativo – errar rápido para corrigir e acertar na mesma velocidade – nunca foi tão essencial. A meta de longo prazo para a transformação digital pode e deve ser definida, mas sua execução deve ser feita por fases, com objetivos claros e de rápida realização.
Dessa forma, é preciso construir, hoje, um ambiente maleável, que permita aumentar ou diminuir a infraestrutura e as soluções, conforme a necessidade da empresa para atender às demandas que surgem, muitas vezes, de forma inesperada. E tudo isso sempre atendendo ao compliance da companhia, para garantir que qualquer mudança que ocorra no ambiente de TI esteja sob gestão e crivo do CIO e sua equipe, garantindo compliance e segurança da informação.
A necessidade de uma gestão mais ágil da TI já foi percebida pelos líderes. Uma pesquisa realizada com 500 organizações dos Estados Unidos, desenvolvida pela CompTIA, por exemplo, descobriu que apenas 34% delas desenvolvem um plano de arquitetura de TI com uma janela que vai além de 12 meses. Antigamente, era normal que durassem até dez anos, para boa parte das corporações – considerando a efervescência do mercado, hoje, uma decisão dessas pode ser fatal.
Também vale um alerta: há armadilhas do próprio mercado de tecnologia da informação, que tem disponível uma infinidade de opções que nem sempre serão úteis para a organização. Nesse cenário, ganha ainda mais força o discurso sobre a importância de uma TI estratégica e próxima das áreas de negócios. Afinal, todo o processo de adaptação pelo qual passamos visa a proporcionar robustez para a empresa crescer ao mesmo tempo em que a tecnologia avança. Do contrário, pode se tornar apenas mais um documento burocrático.
Não existem regras ou um passo a passo para constituir um plano de transformação digital que funcione para todas as empresas. Mas, uma coisa é certa: espera ou lentidão não representam um plano seguro. É preciso começar hoje para garantir a sobrevivência amanhã.
*Wagner Bernardes é diretor de vendas da Orange Business Services
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