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Desenvolvimento acelerado da tecnologia dificultará o controle das fake news

Professor da FGV e especialista em inovação, Arthur Igreja analisa a relação entre novas ferramentas digitais e o aumento de alcance e velocidade de propagação de notícias falsas
Desenvolvimento acelerado da tecnologia dificultará o controle das fake news

Na era da informação digital, a preocupação com as fake news, ou notícias falsas, cresce na mesma velocidade da tecnologia. Do domínio nas redes sociais à preocupação com a interferência nas eleições de 2018, o impacto na opinião pública é inegável. Para o professor da FGV e especialista em inovação Arthur Igreja, à medida em que o desenvolvimento avança, fica mais difícil controlar o problema, dado o surgimento de robôs cada vez mais inteligentes, que chegam mais longe em menos tempo.

“Estamos em um estágio muito preliminar de revisão automática e filtros que sejam capazes de verificar notícias e posts ofensivos, por exemplo”, Arthur Igreja

Segundo ele, vivemos uma onda de desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial capazes de gerar fake news que pareçam aceitáveis, engajando humanos e aumentando o impacto.

“Porém, grandes plataformas como Facebook e Google, até por uma questão de credibilidade do usuário e sustentabilidade do seu negócio, farão cada vez mais investimentos na direção contrária, criando algoritmos especializados em detectar fake news. Mas ainda está distante uma inversão considerável desta tendência”, explica.

Pesquisa desenvolvida pela empresa Pew Research indica que o ecossistema de notícias falsas ataca alguns dos instintos humanos mais profundos – a busca pelo sucesso e poder. Sendo assim, a proliferação de fake news continuará a degradar o ambiente de informações on-line na próxima década, já que os agentes manipuladores usarão novas ferramentas digitais para aumentar o alcance e a velocidade da propagação.

Para Igreja, as mídias digitais são os grandes propulsores das fake news já que, virtualmente, qualquer um torna-se voz ativa na rede. “Estamos em um estágio muito preliminar de revisão automática e filtros que sejam capazes de verificar notícias e posts ofensivos, por exemplo. A falta de curadoria das informações nas redes sociais dificulta em evitar notícias falsas”, completa.

Como identificar e combater fake news?

O especialista lista algumas dicas fundamentais para identificar e evitar a propagação de notícias falsas. Para ele, “por mais democrática que a internet seja, os menores índices de fake news são ainda encontrados nos jornais mais tradicionais exatamente porque vivem de credibilidade essencialmente”.

  • Verifique se a notícia foi veiculada em mais de uma fonte e fique atento aos sinais que podem gerar estranheza. Por exemplo, a notícia original foi postada em um domínio que não corresponde a um grande veículo jornalístico ou está em um blog de pouca repercussão.
  • A propagação de fake news ocorre com títulos que geram grande impacto e com viés sensacionalista.
  • O objetivo principal de quem espalha fake news é que mais pessoas façam o compartilhamento sem necessariamente ler e verificar a veracidade da informação.
  • Denunciar nas redes sociais, marcando a postagem como suspeita, é uma das principais formas de se combater as fake news. Facebook, Youtube e Instagram já possuem esse recurso.
  • Converse com amigos e familiares sobre a importância em se verificar a procedência das notícias recebidas em grupos de WhatsApp, por exemplo, ao invés de sair distribuindo qualquer tipo de informação.

 

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