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Inteligência Artificial, o acelerador da área tributária

O uso de Inteligência Artificial pode revolucionar a área tributária nas empresas. Com as melhores combinações de algoritmos e ferramentas, a nova tecnologia veio para colaborar de vez com a redução custos nas empresas, mas principalmente para acelerar as análises da grande massa de informações geradas pela área, garantindo que seja utilizada de forma ainda mais estratégica, com grande poder de processamento colaborando para manter o compliance.

A IA entra na área tributária realmente com a função de acelerador. Essa tecnologia permite a interação mais rápida e segura entre o volume de informações, já que os SPEDs geraram uma massa de dados grande que vem de pontos diferentes, mas que se convergem e necessitam ser concentradas e analisadas para que possam gerar as melhores abordagens.

Ao contrário do que se pode imaginar, definitivamente, a tecnologia não é o “Exterminador do Futuro” do profissional dessa área. Ao contrário. É uma aliada vital para fortalecer a profissão, extraindo e valorizando o conhecimento do ser humano e transferindo para a tecnologia apenas a função operacional. Com isso, o status desse profissional salta de operacional pagador de impostos e “planilheiro” para tornar-se muito mais estratégico e valorizado.

A IA não é mais uma novidade. Os algoritmos de IA já existem há tempos. O que temos agora é poder computacional para lidar com isso. Chegamos no momento em que temos o ambiente mais favorável para a implantação da IA: volume de dados, dados disponíveis e máquinas capazes de lidar com toda essa massa.

Há 10 anos, quando o governo implantou o SPED, iniciou um movimento de padronização das informações que recebe das empresas. Obrigatoriamente foi preciso automatizar os controles internos das empresas, com dados mais estruturados e padronizados, o que facilita a aplicação dos algoritmos de IA.

Apesar dos inquestionáveis benefícios, a machine learning e esse arsenal de ferramentas é recente e pontual nos processos da área. Sua extensão de forma massiva ainda está nos primeiros passos. O desafio é aplicar essa tecnologia nos dados para extrair as estratégias e, a partir delas, fazer uma leitura muito mais pragmática, sem a contaminação dos “vícios” humanos. A tecnologia vai produzir análises mais isentas e seguras.

O uso da tecnologia aponta duas vertentes: acelerar a extração de informações úteis para a tomada de decisão ou também para identificar problemas no dia-a-dia de forma certeira, com rotinas que realizam validações entre as obrigações e entre as operações da empresa, dos seus fornecedores e clientes. Assim será possível identificar falta de compliance e evitar que os erros se propaguem.

Para exemplificar a grandeza da contribuição do IA à área tributária podemos utilizar o caso do Ex-Tarifário. Complexo de interpretar, o mecanismo permite a redução de tributos na importação de bens, desde que não haja um similar feito localmente.

Todo o processo de identificação do item para pleitear o benefício exige um detalhamento técnico minucioso, garantido que não haja similar nacional. Aí entra a IA. Imagine uma machine learning capaz de monitorar e aprender sobre as bases do governo para buscar um Ex-Tarifário já existente e que se encaixe para o seu produto ou ainda apontar Ex-Tarifários semelhantes que podem se encaixar no seu pleito com algumas alterações na descrição atual do pedido. Uma tarefa humanamente impossível de concluir no mesmo tempo, qualidade e segurança.

O ideal é estar pronto para esse novo aliado da área tributária que vai tornar esse mercado ainda mais estratégico e sua mão-de-obra imprescindível.

* Rogério Borili é vice-presidente da Becomex

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