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Distribuição de TI estima prejuízo de R$100 milhões com a greve dos caminhoneiros

Terminada a greve dos caminhoneiros, é hora de fazer as contas. Quanto custou para cada setor da economia, 11 dias de paralisação do transporte rodoviário brasileiro?

Para o setor de distribuição de TI, as perdas devem passar de R$ 100 milhões. Em um mercado que fatura mensalmente R$ 1 bilhão, e, em média, R$ 50 milhões diariamente, calculamos que houve uma diminuição nas vendas da ordem de 20%, causando um prejuízo estimado de, pelo menos, R$ 10 milhões ao dia.

Essa é uma expectativa, mas os prejuízos podem ser maiores do que os previstas durante a greve. Isso porque se trata de um mercado que – mesmo passando por reformulações em seu modelo de negócio, como a migração de serviços para o ambiente cloud -, opera com uma logística que depende quase inteiramente do transporte rodoviário.

Ou seja, embora os caminhões já estejam circulando, a normalidade dentro do mercado logístico deve demorar para se reorganizar totalmente. É difícil prever em um primeiro momento a quantidade de compras canceladas, por exemplo, seja via e-commerce, televendas ou em lojas físicas. Também não é possível determinar exatamente quando as entregas que estavam agendadas serão efetivadas em toda a cadeia. Sem esquecer do valor do frete que pode sofrer variações atípicas em um momento como esse.

Apesar das consequências desastrosas para o comércio e a indústria de uma maneira geral, a greve trouxe importantes reflexões em torno das incertezas políticas, econômicas e estruturais do país, como a falta de alternativas para o transporte de cargas. Portanto, mais que uma crise de abastecimento, a paralisação trouxe à tona problemas mais profundos que precisam de entendimento e discussão, sobretudo em um ano eleitoral.

Para as distribuidoras e revendas de TI, cabe questionar como está o preparo da cadeia, de ponta a ponta, para enfrentar situações desse tipo. É um bom momento para se avaliar, pois todo negócio que busca crescimento estruturado e contínuo, precisa de um plano de contingenciamento de crise. Isso vale para o empresário de pequeno ou grande porte.

Em meio a esse cenário, a boa notícia é que o setor de distribuição de TI tem seguido aquecido, com previsão de faturar R$ 12 bilhões em 2018, segundo a última pesquisa publicada pela Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação (Abradisti). Mesmo em momentos de turbulência, como esse que vivemos de forma inesperada, vamos nos manter na proposta de crescimento e aguardar que a normalidade chegue o mais breve possível.

*Mariano Gordinho é diretor-executivo da Abradisti (Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação)

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