Entre 75 milhões e 100 milhões de animais vertebrados são usados anualmente, em todo o mundo, para pesquisas científicas. Número deverá cair com a impressão em 3D de pele humana e uso de células-tronco.
Os avanços na redução do uso de animais em experimentos científicos, bem como na melhoria dos procedimentos para reduzir seu desconforto e sofrimento, foram abordados nesta sexta-feira, 1º de junho, no 39º Congresso da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), por Marcel Liberman, pós-doutorado na Universidade de Harvard (EUA) e médico do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.
O cardiologista salientou que um dos principais avanços para a substituição de animais, especificamente em testes de cosméticos, perfumaria e produtos de higiene, é o uso de impressoras 3D para reprodução de pele humana, a partir de células e remanescentes de cirurgias plásticas, por exemplo. As células-tronco também são vistas como alternativa para o desenvolvimento de tecidos a serem utilizados em substituição às espécies utilizadas em pesquisas.
São cerca de 75 milhões a 100 milhões de animais vertebrados utilizados anualmente para experiências científicas em todo o mundo. Os mais recorrentes são os camundongos, devido às suas características biológicas, reprodução rápida e facilidade de manejo.
A sua substituição em testes de cosméticos é importante não apenas para reduzir seu desconforto, como pelo fato de seu uso para esse fim ser proibido em alguns países. No Estado de São Paulo, há lei nesse sentido (nº 15.316/2014). Projeto de Lei, de alcance em todo o Brasil, tramita no Congresso Nacional.
O cardiologista Marcel Liberman salientou que todos os cuidados devem ser adotados para evitar o desconforto e o sofrimento dos animais utilizados em ciência e pesquisa. Desde o transporte, até a sua acomodação nas gaiolas, passando pela higiene, alimentação e manutenção diária, tudo deve ser feito com muita atenção.
O médico explicou, ainda, que os animais não podem sentir dores durante e após os procedimentos. Por isso, deve ser usada anestesia nos processos mais invasivos e analgésicos. É possível identificar se o animal está sentindo dor, por meio de sinais expressos em seus rostos. Na eutanásia, também se evita qualquer sofrimento, com o uso de anestésicos e barbitúricos. No Brasil, todas essas normas são estabelecidas pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
*Com informações da Socesp
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