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SAS e Lacog anunciam projeto de estudos clínicos na luta contra o câncer

Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG) utiliza ferramenta de análise de dados do SAS no tratamento de 4 mil pacientes da região
SAS e Lacog anunciam projeto de estudos clínicos na luta contra o câncer

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil terá nos próximos dois anos cerca de 1,2 milhão de novos casos da doença. Estudos recentes mostram que entre 2000 e 2015, o país registrou 220 mil vitimadas pelo câncer, resultando em um aumento de 31% de mortes nesse período.

A iniciativa do SAS é a primeira do projeto SAS Data4Good a ser implementada na região

Diante desse cenário, surgiu a parceria entre o SAS, líder global em Analytics, e o Latin American Cooperative Oncology Group (Lacog), instituição sem fins lucrativos, sediada em Porto Alegre, fundada em 2008 e formada por uma rede de 250 médicos, dedicados a pesquisas em mais de 150 hospitais de 15 países.

Por meio do uso da tecnologia analítica do SAS, o Lacog vem desenvolvendo estudos clínicos e epidemiológicos que resultam em uma gama significativa de informações de milhares de pacientes, no intuito de ajudar na luta contra o câncer no Brasil e na América Latina.

A iniciativa do SAS é a primeira do projeto SAS Data4Good a ser implementada na região. O Data for Good estabelece o uso e análise de dados com o objetivo de resolver questões humanitárias relacionadas a temas como pobreza, saúde, direitos humanos, educação e meio ambiente. “É importante frisar que não é uma vertical de negócios do SAS, mas sim um programa de responsabilidade social”, afirma o presidente do SAS Brasil, Cássio Pantaleoni.

Nesse projeto, a ferramenta utilizada é o SAS Analytics Pro. Com ela, a equipe do Lacog consegue identificar as principais dificuldades atreladas a aspectos relevantes para os pacientes, como o acesso ao tratamento, os medicamentos usados e a realização de exames preventivos. Com essas informações, é possível desenvolver novas tecnologias e métodos de combate à doença.

Além disso, há também o impacto direto ou indireto junto à sociedade e aos órgãos ligados à área da saúde, facilitando assim a adoção de políticas públicas. “No tratamento dos diversos tipos de câncer, muitas vezes são usados dados de países desenvolvidos em pacientes locais. Agora, será possível analisar dados relativos ao Brasil e aos países da América Latina, mais próximos da nossa realidade”, explica o oncologista e diretor-geral do Lacog, Gustavo Werutsky.

Como funciona

O trabalho tem início com a coleta de dados dos pacientes fornecidos por hospitais e instituições e inseridos em uma plataforma única e online, disponibilizada pelo Lacog – tudo feito de acordo com as leis brasileiras e procedimentos protocolares, que são submetidos à aprovação de um comitê de ética. Na segunda fase, as informações são segmentadas e analisadas por uma equipe de especialistas, que observa, por exemplo, características clínicas, sociodemográficas e etárias e também relacionadas ao tratamento e à sobrevida dos pacientes.

Nos últimos anos, o Lacog concluiu dois estudos que podem servir como referência entre os profissionais especializados em oncologia. Ambos serão apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), no mês de junho, em Chigaco (EUA).

O primeiro é denominado AMAZONA III, feito em parceria com o Grupo Brasileiro de Estudos de Mamografia (GBECAM), sobre dados de 3 mil mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 2016 e 2018. Nele, foi constatado que pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) apresentavam estágios mais avançados da doença ao serem diagnosticadas, realizaram cirurgias mais amplas como mastectomia e uma sobrevida menor na comparação com pacientes com acesso a planos de saúde privados. Como resultado, o estudo não apenas chamou a atenção do Ministério Público para as responsabilidades das autoridades de saúde no país, como gerou um debate público sobre o tema.

O segundo estudo, denominado EVITA, foi baseado em 800 casos de pacientes com câncer cervical, o terceiro mais comum no Brasil. De acordo com as informações analisadas, foi identificado, por exemplo, que pessoas com menor faixa de renda, baixa escolaridade, idade avançada, da raça não branca e com pouco interesse em fazer o exame de triagem para a identificação da doença eram os mais propensos a enfrentar o diagnóstico em um estágio avançado da enfermidade.

Próximos estudos

Com o apoio do SAS, o LACOG aumentou em 100% o volume de novos estudos, na comparação com o período anterior à adoção do SAS Analytics Pro. Em 2018, o Lacog já está desenvolvendo dois grandes estudos na América Latina, voltados para o câncer de mama e o de pulmão, envolvendo 5,3 mil pacientes, cujos dados serão comparados com os de países desenvolvidos.

Os projetos vão resultar no maior levantamento de informações já realizado na região. “Certamente, os resultados terão um enorme impacto social e trarão informações que podem contribuir para as políticas futuras das autoridades em termos de controle do câncer e identificar limitações e disparidades quanto acesso ao melhor diagnóstico e tratamento.”, prevê Werutsky.

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