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Publicidade digital na era dos Adblocks

De fato, a transformação digital não poupa ninguém. Ela revolucionou os canais de comunicação, o comércio, a sociedade e o comportamento do consumidor. Nesta última área, o “mergulho” é profundo e está em franco desenvolvimento, sendo um de seus aspectos mais restritivos – e impactantes para a publicidade e o marketing – o advento dos Adblocks. Esse movimento ocorre de forma concomitante à crescente demanda do consumidor por conteúdo personalizado e de qualidade e também a crescente aversão a abordagens de cunho estritamente comercial.

O Adblock é uma tecnologia que tem como objetivo bloquear propagandas invasivas no momento da navegação funciona em quase todos navegadores, impedindo a entrega de grande parte da publicidade digital. Boa parte dos internautas já está contratando inclusive o Adblocks Plus, ou seja, ele tá customizando a ferramenta para não receber qualquer tipo de anúncio no momento que está assistindo um vídeo no YouTube ou navegando no Facebook, por exemplo.

Em maio de 2016, o AdBlock Plus atingiu a marca de 100 milhões de usuários ativos, com cinco vezes mais em volume de downloads. Desenvolvido em 2006, o software surgiu como uma extensão gratuita do navegador, em que consumidores poderiam criar seus próprios filtros personalizados.

Os internautas bloqueiam anúncios porque boa parte deles eram invasivos e não consideravam o interesse/perfil do usuário. Já anúncios dentro do contexto, cujo foco é atender as necessidades e desejos do target tem grande aceitação por parte da população, e geram grandes resultados para clientes e para segmento de publicidade no geral. Basear as estratégias em dados (first, second e third party) é fundamental para o sucesso dessa comunicação.

Existem outras formas de bloqueio de publicidade, e eles tem cada vez mais a ver com o conteúdo entregue. Por exemplo, no YouTube Red, você paga uma mensalidade para além de ter acesso a canais exclusivos, não ter interferência de publicidade.
Já no Spotify, é o mesmo contexto, porém com conteúdo musical. Você pode não pagar nada e, em contrapartida, ter interferência de anúncios. Ambas as empresas têm públicos distintos, formatos diferentes e fontes de receita complementares: publicidade ou mensalidade de acesso à plataforma/conteúdo. Em outras palavras, temos dois modelos convivendo: de graça, mas com anúncio e pago, mas sem anúncio.

Outro exemplo de conteúdo x apresentação de publicidade, são os influenciadores digitais. Muitas vezes o próprio conteúdo gerado por esses youtubers/instagramers, são experiências com produtos e serviços, as quais são subsidiados por marcas para aparecer.

De fato, o mercado publicitário precisa de muita criatividade, estratégia baseada em dados e conteúdo relevante para o internauta deixar a publicidade chegar até ele de forma amigável. Um anúncio bem feito precisa ter uma comunicação assertiva e ser entregue no momento e lugar certo; isso é trivial para as estratégias de comunicação.

Uma boa estratégia de marketing precisa não só entender seu consumidor, mas saber como alcançá-lo, afinal, a tecnologia e conteúdo hoje se interseccionam para trazer mais relevância à nossa vida no ambiente digital.

Paola Máximo, diretora de operações da iProspect

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