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Curitiba: o Vale do Silício brasileiro

Capital paranaense tem cases de sucesso na área de tecnologia e não para de gerar novos empreendimentos inovadores
Curitiba: o Vale do Silício brasileiro

No Brasil, a cidade de Curitiba está cobiçando o título de “Vale do Silício brasileiro”. A capital paranaense é palco do surgimento de várias empresas e startups de destaque no mercado nacional da tecnologia. Essa efervescência fez com que a Prefeitura de Curitiba tirasse do papel, no ano de 2017, o projeto do Vale do Pinhão, que reúne instituições de ensino, investidores e grandes empresas com o objetivo de transformar a cidade em referência em inovação.

Curitiba sempre foi referência em relação a sua mão-de-obra qualificada

Para Ronaldo Cavalieri, CEO do Centro Europeu – primeira escola de Economia Criativa do Brasil e Business Development Manager do Microsoft Innovation Center Curitiba, a capital paranaense tem destaque a nível internacional pelas suas inovações urbanas e sempre concentrou perfis diferenciados em muitas áreas de atuação.

“Em termos mais amplos, Curitiba se destaca na tecnologia pelo seu volume de indústrias, empresas com perfis arrojados e grupos educacionais de impacto. Tudo isso aliado ao perfil do curitibano que é mais sério e exigente, dando condições para que um ambiente de tecnologia e inovação se desenvolvam”, detalha o especialista.

Além disso, quando se refere ao mercado de tecnologia da informação, Ronaldo destaca que Curitiba sempre foi referência em relação a sua mão-de-obra qualificada e que cada vez vem sendo mais exigida, em função da recessão da economia, para aumentar eficiência e racionalizar processos, o que impulsiona ainda mais os negócios dessas áreas.

“Essa capacitação profissional destacada faz com que o mercado evolua com mais velocidade, contribuindo para essa excelência curitibana”, completa Ronaldo Cavalheri.

Na prática

Um ótimo exemplo dessa onda inovadora da capital paranaense está na área da saúde. Em 2015, Fábio Tiepolo, que contava com vasta bagagem na indústria farmacêutica, resolveu criar o aplicativo de saúde Docway. Na época, lançado inicialmente em Curitiba, a startup tinha como objetivo melhorar o atendimento de saúde no Brasil, levando o médico até o paciente.

“Nós queríamos trazer algo novo, algo que fosse realmente modificar o olhar de todos em relação à saúde. No país onde o déficit de consultas chega a quase 407 milhões, o aplicativo veio como uma ótima alternativa. Uma solução muito mais humanizada, rápida e que consegue localizar um médico próximo do paciente, que pode marcar a consulta no local e horário que escolher”, comenta Fábio Tiepolo, CEO e idealizador do aplicativo.

No Docway, que roda nos sistemas Android e iOS, há um banco de dados com milhares de médicos disponíveis. Ao escolher a especialidade, o usuário pode solicitar a consulta para quando desejar. As consultas não têm preço fixo, variando de acordo com atendimento e especialidade. A ferramenta é um sucesso e não quer parar por aí, já que o número de pessoas que buscam fugir das horas e horas em filas atrás de atendimento médico aumenta a cada dia.

Hoje, o Docway conta com mais de 50.000 usuários, está presente em mais de 160 cidades e possui um banco de 2.700 médicos cadastrados, entre eles pediatras, geriatras, ortopedistas, clínicos gerais, cardiologistas e dermatologistas. Em 2017, a startup levou o prêmio “Health-T”, que homenageou cases de sucesso na área de Tecnologia da Saúde no Brasil.

Outro case de sucesso que teve origem na capital paranaense é de julho de 2011: a Nexcore Tecnologia. Com um conceito moderno de empreendedorismo e apostando em soluções inovadoras, desenvolvidas na época por Ricardo Zanlorenzi e Gabriel Ortiz Lour, a empresa curitibana queria preencher um espaço falho e carente. Ela passou a oferecer uma plataforma de alto nível com preço justo para se transformar em uma referência nacional na fabricação de softwares para comunicação empresarial e relacionamento com clientes.

Rapidamente a Nexcore se consolidou como uma das principais empresas do segmento, com atuação no Brasil, México e Angola, atendendo o complexo mercado de contact centers e verticais de mercado de missão crítica, como os setores da saúde e mercado financeiro. No ano de 2017, mesmo com todos os problemas enfrentados pela economia brasileira, a empresa registrou um crescimento de 143%.

Atualmente, a empresa é responsável pela gestão de contact centers de mais de 300 empresas e instituições brasileiras de pequeno, médio e grande porte, entre elas iFood, Copel, Philips Medical Systems, SAMU 192 e Sicoob.

O James Delivery, fundado pelos empresários Juliano Hauer, Lucas Ceschin, Eduardo Petrelli e Ivo Roveda, é outro exemplo da inovação curitibana. Após uma temporada no Vale do Silício, eles voltaram para o Brasil com uma ideia inédita no país: criar um aplicativo onde os entregadores compram o que você quiser, na loja que você preferir e entregam no endereço em que você indicar.

Por meio do aplicativo é possível comprar perfume, comida, temperos, cartucho para impressora, ração para cachorro, flores e muito mais. E o melhor, tudo isso de maneira muito mais sustentável. 70% da frota do James é formada por bicicletas, o que torna as entregas ecologicamente responsáveis. Hoje, além de Curitiba, a startup está presente nas cidades de Balneário Camboriú (SC) e São Paulo (SP).

Sempre focando em inovações e na excelência de seu produto, o James Delivery acaba de lançar o “James Voice”, se tornando a primeira empresa do mundo a oferecer delivery por comando de voz. Além de ser uma solução inédita para os usuários, o “James Voice” difunde a acessibilidade beneficiando pessoas com dificuldades motoras e visuais. “Somos a primeira empresa do mundo a oferecer delivery por comando de voz, facilitando a vida de pessoas muito atarefadas, que tenham urgência em receber o produto, e principalmente pessoas com dificuldades motoras e visuais, que nunca tiveram uma ferramenta tão descomplicada para auxiliar nas compras do dia a dia”, detalha Lucas Ceschin.

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